Porto Rico recorre a Suprema Corte dos EUA para reestruturar dívidas

O ministro de Justiça, César Miranda, anunciou, nesta segunda-feira (24), um recurso ante o Tribunal Supremo dos Estados Unidos para que declare constitucional a lei que permitiria às corporações públicas de Porto Rico reestruturar suas dívidas.

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"Estamos indo ao mais alto foro judicial na esfera federal para que reconheça Porto Rico sua faculdade de legislar em matéria de reestruturação fiscal das corporações públicas", expressou Miranda.

A Assembléia Legislativa do Estado Livre Associado (ELA) de Porto Rico aprovou a Lei 71 de 2014 para reestruturar a dívida pública do país, que atinge os 72 bilhões de dólares, mas o Tribunal de Distrito dos Estados Unidos na ilha a declarou inconstitucional, o que ratificou o Primeiro Circuito de Apelações em Boston.

O ministro da Justiça explicou que, dado que em 1984 se excluiu Porto Rico do Capítulo 9 do Código de Quebras federal, "o campo para poder legislar nessa área nunca foi ocupado pelo que nossa Lei 71 é válida".

Para o alto funcionário, não é inaceitável que se coloque a Porto Rico em estado de indefensibilidade em seus assuntos fiscais, pelo que defendemos com firmeza o direito a criar uma legislação que dite os processos ordenados que tanto o governo como seus credores precisam para enfrentar o acúmulo de dívida.

"Entendemos que o Tribunal Supremo dos Estados Unidos deve acolher nossa petição para que se reconheça a faculdade de Porto Rico de legislar uma reestruturação fiscal nas corporações públicas", insistiu Miranda.

Considerou que já é hora de que se desocupem as dúvidas infundadas que se têm estado lançando sobre a capacidade do ELA de encaminhar seus assuntos em matéria de legislação fiscal.

A lei foi impugnada em junho de 2014 por credores da estatal Autoridade de Energia Elétrica no tribunal federal em San Juan e em fevereiro passado o juiz federal Francisco Besosa declarou-a inconstitucional, o que impediu que fosse posta em vigor.