Deputado Wadson defende taxação de grandes fortunas para a saúde

O deputado federal, Wadson Ribeiro, participou na tarde desta terça-feira (25), na Comissão Mista de Orçamento (CMO), da audiência pública com o ministro da Saúde, Arthur Chioro, que fez a prestação de contas da aplicação de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS).

Wadson em audiência com Chioro - Richard Silva/ PCdoB na Câmara

Durante aaudiência, o deputado Wadson afirmou que uma sensação que paira na sociedade brasileira é que as conquistas dos últimos 12 anos significaram muitas melhorias na vida de milhões de brasileiros, especialmente em função da mobilidade social que o Brasil experimentou e da inclusão de milhões de pessoas no mercado de consumo. “Sem dúvida alguma o tema saúde ainda sobressai como um dos principais desafios civilizacionais do país. O Brasil avançou muito no último período. Ter um sistema de saúde público, universal e democrático – como é o SUS – faz do Brasil um país com grande diferencial neste momento”.

Ele defendeu, no entanto, a necessidade de o país encarar de forma definitiva a consolidação de uma saúde realmente preventiva, que garanta o atendimento primário da população nos locais mais distantes do país e nas periferias das grandes cidades. “De modo a diminuir os números de internações, de identificar de forma mais precoce uma série de doenças e de promover uma vida mais saudável é, sem dúvida alguma, um dos grandes desafios civilizacionais do Brasil ao lado da educação e da questão urbana”.

O parlamentar mineiro condenou a proposta de aumento do contingenciamento dos gastos do país, principalmente nas áreas da saúde e educação. “A bancada do PCdoB defende a necessidade do aumento do financiamento da saúde no Brasil. Temos defendido a taxação das grandes fortunas como um mecanismo que pode ampliar o orçamento para a saúde em nosso país”.

De acordo com os dados do Ministério da Saúde, 74% do orçamento do Fundo Nacional de Saúde são repassados a estados e municípios, dos quais 87% por transferência de fundo a fundo. Em 2014 o Orçamento da Saúde atingiu 92,6 bilhões; Estados 57,4 bilhões e Municípios 65,3 bilhões de reais. Em decorrência da aplicação da Emenda Constitucional 29, foi registrada uma evolução nominal do gasto federal em saúde de 262% entre 2002 e 2015.

Segundo o ministro da Saúde, o Brasil gasta 525 dólares por habitante com ações de saúde, número que inclui as despesas federais, estaduais e municipais. Ele relatou que países desenvolvidos, mesmo os que não possuem um sistema universal, chegam a gastar mais de 3 mil dólares por habitante com saúde. "Nós vivemos de fato um sistema de saúde subfinanciado", disse Chioro.