Presidente grego dissolve Parlamento e convoca eleições antecipadas
O presidente da Grécia, Prokopis Pavlopoulos, dissolveu nesta sexta-feira (28) o Parlamento grego e convocou eleições antecipadas para o dia 20 de setembro. Também foi divulgada uma pesquisa de intenção de voto que coloca o partido do ex-premiê Alexis Tsipras, o Syriza, em primeiro lugar na preferência do eleitor. Ainda segundo a pesquisa, a legenda, que governava o país desde janeiro, data das últimas eleições, deverá perder parte da margem de vantagem que possui atualmente.
Publicado 29/08/2015 11:27

A pesquisa, a primeira desde que o premiê Alexis Tsipras resolveu renunciar ao cargo, também informa que 68% do eleitorado crê que a Grécia deve continuar na zona do euro a qualquer preço — mesmo se isso signifique mais medidas de austeridade.
Realizada pelo instituto ProRata e publicada na edição desta sexta do jornal local Efimerida Ton Syntakton, a consulta coloca o Syriza com 23% dos votos, seguido pelo conservador Nova Democracia, com 19,5%. Na pesquisa anterior, no começo de julho, o Syriza aparecia com 26%, enquanto os opositores tinham apenas 15% — nas eleições de janeiro, o Syriza conquistou 36% dos votos e o Nova Democracia, 27%.
O Unidade Popular, partido criado há uma semana por dissidentes do Syriza, teria o respaldo de 3,5% dos votantes. Os Gregos Independentes, que faziam parte da última coalizão governista, teria apenas 2%, apaixo dos 3,5% necessários para superar a cláusula de barreira e obter representação no parlamento.
Além disso, a pesquisa também indagou sobre a manobra do (agora ex-premiê) Alexis Tsipras ao renunciar e convocar eleições antecipadas. Para 64% dos gregos, o líder do Syriza errou ao adotar essa postura.
Governo interino
O presidente Pavlopoulos publicou o decreto poucas horas depois de a equipe ministerial encarregada de governar a Grécia até as eleições assumir seus cargos. De acordo com o decreto, o parlamento que surgir das eleições será constituído em 1 de outubro.
Além disso, na quinta-feira (27) a juíza Vassiliki Thanou, presidente da Suprema Corte da Grécia, tornou-se primeira mulher a assumir o cargo de premiê: ela fica na chefia de governo interinamente até a data das eleições.
As eleições antecipadas serão realizadas após a renúncia, há oito dias, de Alexis Tsipras à frente do governo, depois de obter o primeiro desembolso do terceiro resgate para a Grécia. Tsipras justificou sua decisão na necessidade de pedir um novo mandato ao povo após a mudança de rumo dada pelo governo do Syriza e próximo da aplicação, com o apoio popular, dos acordos alcançados com as instituições.
A necessidade de convocar eleições estava, sobretudo, marcada pela dissidência interna dentro de seu partido e nas fileiras de seu grupo parlamentar, onde mais de 40 deputados negaram o respaldo na votação do terceiro resgate.
A campanha eleitoral vai ser uma das mais curtas da democracia grega e, com 23 dias, só supera em dois dias a realizada em 1996, que durou 21 dias.