Ausência de líderes ocidentais em Pequim é uma "estupidez diplomática"

A decisão da mais alta liderança política dos EUA e de países líderes da União Europeia, bem como do Japão, em não comparecerem ao desfile comemorativo dos 70 anos do fim da Segunda Guerra Mundial é uma “estupidez diplomática”, acredita e correspondente da Asia Times e observador da RT Pepe Escobar.

China

"É difícil avaliar a grande importância dessa parada para a China e para a diáspora chinesa em todo o mundo. Se ausentar a esse evento pode ser tratado como um ato simbólico e levar um grande significado, já que Pequim estuda com atenção todos os nuancesas diplomáticos relacionados a esse acontecimento", acredita Escobar.

A parada militar de Pequim contará com a presença do presidente da Rússia, de diversos líderes de países da Ásia Central que fazem parte da Organização para a Cooperação de Xangai, bem como dos presidentes da Coreia do Sul, África do Sul e Paquistão.

Milos Zeman, presidente da República Checa, será o único chefe de Estado europeu a comparecer às celebrações em Pequim. França e Itália enviaram para o evento apenas seus ministros de Relações Exteriores e os EUA, Alemanha e Canadá, apenas funcionários de suas embaixadas. Já primeiro-ministro do Japão foi oficialmente convidado para o desfile, mas se recusou a comparecer, destacou Escobar.

Na opinião do jornalista, diante dessa situação, o Ocidente demonstra a sua “insensibilidade cultural e histórica”. A publicação britânica The Economist escreveu em um editorial que a parada “transtornará” os vizinhos da China, enquanto esta estará “interpretando o tema da vitimação histórica”. Uma declaração bastante patética, segundo Escobar, levando em conta que o objetivo da parada na praça de Tiananmen trata de uma lembrança das pessoas, dos milhões de veteranos chineses e dos papéis que eles desempenharam na luta contra o fascismo.

Em contrapartida, destaca o jornalista, a Rússia não esqueceu das vítimas da China na luta contra o fascismo. Dessa forma, a falta de líderes ocidentais num evento de tamanha importância apenas atestará a força da parceria estratégica russo-chinesa, conclui Escobar.