Mostra Mundo Árabe de Cinema apresenta mais de 30 filmes este ano

Começou nesta terça-feira (1º) no Centro Cultural São Paulo, na capital paulista, a 10ª Mostra Mundo Árabe de Cinema, que já passou pelo Rio de janeiro, Belo Horizonte e Vitória. Este ano a programação é a maior já realizada até então, conta com palestras, debates e mais de 30 filmes, muitos deles inéditos. Além do Centro Cultural São Paulo, os filmes também serão exibidos no Cine Olido e no Museu da Imigração.

A escola de babel - Divulgação

Este ano, o Museu da Imigração passa a ser parceiro da Mostra Mundo Árabe. Além de exibir curtas que participaram do concurso Os Árabes e a 25 de Março, o Museu sediará um debate sobre imigração, com as historiadoras Silvia Antibas e Heloísa Dib após a exibição dos filmes Xenos e A Escola de Babel. Desta forma, a Mostra consolida-se como um espaço de reflexão para as dimensões históricas contemporâneas da questão da migração árabe ao Brasil.

No CCSP, a programação inclui um debate com a idealizadora da Mostra Mundo Árabe de Cinema, Soraya Smaili, que falará sobre os 10 anos da Mostra e da importância do intelectual palestino Edward Said, inspiração para a criação do Instituto da Cultura Árabe.

No Cine Olido, o debate “Cinema e Memória” será promovido após a exibição dos filmes Área Livre, Muros, Um menino, um muro e um burro e A Pedra de Salomão.

10 anos de cinema árabe no Brasil

Referência como evento cinematográfico, a Mostra Mundo Árabe de Cinema consagra-se em 2015 como evento internacional, aproximando o público da produção cinematográfica do mundo árabe e de outros países que abordam a temática árabe, como produções europeias e latinas.

A Mostra vem, ano a ano, contribuindo para dialogar com a sociedade brasileira e mostrar uma parte considerável da cultura árabe para esse público. “Não só a cultura árabe do passado, mas a cultura árabe do presente, que é muito viva. Mostrar as questões sociais, sociológicas, antropológicas, porque cultura é isso. Cultura não é uma coisa estática. É algo muito dinâmico”, ressalta sua idealizadora, Soraya Smaili.

Para o curador e diretor da Mostra, Geraldo Adriano Godoy de Campos, os filmes apresentados desestabilizam referenciais que muitas pessoas têm como certos, como por exemplo, a dicotomia entre Oriente e Ocidente. “Neste percurso, a Mostra permite uma permanente interação entre componentes estéticos e políticos. Políticos em vários sentidos. Primeiramente, em um sentido da aproximação com questões geopolíticas e econômicas do Mundo Árabe e do Oriente Médio. Mas é também política a constatação de que as questões que a Mostra reflete falam também sobre nós.”

Veja a programação completa no site da mostra