Peça resgata a saga das mulheres durante a Guerrilha do Araguaia
A partir da história de 12 mulheres que lutaram e morreram na Guerrilha do Araguaia – um dos mais importantes conflitos armados da ditadura militar brasileira – a atriz Gabriela Carneiro da Cunha idealizou o espetáculo Guerrilheiras ou para a terra não há desaparecidos. A peça estreia no Espaço Sesc, no Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (3) e fica em cartaz até dia 27 de setembro, de quinta a domingo. Depois segue para São Paulo.
Publicado 02/09/2015 13:31
Gabriela, que idealizou e também atua na peça, fez uma profunda e detalhada pesquisa sobre a guerrilha, em parceria com a diretora Carolina Virguez, e a as atrizes Daniela Carmona, Fernanda Haucke e Mafalda Pequenino. Elas fizeram uma viagem de ônibus do Rio de Janeiro até o Sul do Pará e Tocantins, onde entrevistaram moradores locais e resgataram as histórias que se conta a respeito do conflito.
O cineasta Eryk Rocha documentou todo o percurso da equipe durante os quinze dias de viagem. Os registros audiovisuais, entre rostos e paisagens, serão projetados no palco do teatro, criando um diálogo com as atrizes. Os sons captados do rio acompanham algumas cenas.
Por meio de um diálogo entre a ficção e o documentário, Guerrilheiras ou para a terra não há desaparecidos é um poema cênico criado a partir da história dessas mulheres que atuaram na guerrilha, de sua luta e das memórias do que elas viveram e deixaram naquela região. A peça também busca iluminar esse importante episódio da história do país ainda tão nebuloso. “Certas coisas devem ser feitas: manter a chama acesa, relembrar e iluminar a história das lutas e dos lutadores, com todas as contradições que cada luta carrega”, destaca a diretora Georgette Fadel.