Síria condena sítio à 30 mil civis nas cidades de Fawuaa e Kafraya
A República Árabe da Síria emitiu, nesta quarta-feira (2), nota condenando o cerco e o bombardeio de duas cidades da Província de Idleb, Fawaa e Kafraya, que desde o final de fevereiro estão cercadas e sob intenso bombardeio.
Publicado 02/09/2015 16:59
Segundo o governo Sírio, os habitantes destas cidades estão sofrendo “o crime de assassinatos em massa, em meio ao silêncio absoluto da comunidade internacional, especialmente dos países que alegam combater o terrorismo”. Embora sem mencionar os nomes, a denúncia é clara contra os EUA e países ligados à Otan.
Os sírios chamam a atenção para os “crimes de guerra, crimes contra a humanidade, assassinatos em massa, de acordo com o Direito Internacional, cometidos pelos grupos terroristas, que se armam com o pensamento obscurantista destrutivo, fundamentado e idealizado, unicamente, no takfirismo”. Takfirismo, explica Lejeune Mirhan, sociólogo e arabista, “vem da palavra takfir que, em árabe quer dizer ‘aquele que renega deus’ ou simplesmente herege. Eles são defensores da pureza do Islã de tal forma que todos que não seguem a religião de linha wahabistas são considerados hereges. Ou se convertem ou devem morrer imediatamente”. Leia a íntegra da nota emitida pelo governo Sírio.
Mais de 30 mil civis das cidades sírias de Fawuaa e Kafraya, localizadas na Província de Idleb, que estão totalmente sitiadas, desde 28 de fevereiro de 2015, pelos grupos terroristas armados, estão sofrendo com o crime de assassinatos em massa, em meio ao silêncio absoluto da comunidade internacional, especialmente dos países que alegam combater o terrorismo.
Os grupos terroristas armados, apoiados por países já conhecidos por todos, não satisfeitos com o sítio às duas cidades por vários meses, proibindo a entrada de alimentos, bebidas, remédios e combustíveis, com o objetivo de matar os seus moradores de fome, de forma lenta, os faz enfrentar, diariamente, chuvas de centenas de mísseis, que contabilizam mais de mil em alguns dias, para matar aqueles que ainda não morreram de fome e de sede. Eles utilizam vários tipos de mísseis, batizando-os com nomes criativos, tais como ‘a artilharia do inferno’, que utiliza cilindros de gás, ‘míssil elefante’ e ‘míssil dinossauro’, que levam à morte de civis inocentes e ferem um grande número deles, resultando em várias sequelas tais como as deficiências e as deformidades permanentes ou parciais, sendo a maioria destes, civis crianças, mulheres e idosos.
Estes crimes, perpetrados pelos grupos terroristas armados, nestas duas cidades sitiadas, com apoio logístico e instruções diretas do comando da Turquia, são, tão somente, a continuidade da série de crimes terroristas sistemáticos contra o povo sírio, em toda a sua composição. São crimes de guerra, crimes contra a humanidade, assassinatos em massa, de acordo com o Direito Internacional, cometidos pelos grupos terroristas, que se armam com o pensamento obscurantista destrutivo, fundamentado e idealizado, unicamente, no takfirismo e no assassinato de quem contraria suas opiniões, seu pensamento e sua crença. Os sheikhs destas organizações, Jabhat Al Nusra e Ahrar El Sham, terroristas takfiristas, anunciaram uma fatwa (julgamento) que torna lícito o assassinato de todos os homens das duas cidades, caso elas sejam invadidas, com o objetivo de disseminar o ódio, o fundamentalismo, o extremismo e a separação entre os membros de uma sociedade que se distinguiu, ao longo dos anos, pelo amor, pela harmonia e pela fraternidade.
Tradução: Jihan Arar