Professor e escritor Joel Rufino dos Santos morre aos 74 anos

O professor, escritor, jornalista e historiador Joel Rufino dos Santos morreu nesta sexta-feira (4), por complicações de uma cirurgia cardíaca realizada no dia 1º de setembro. Autor de mais de 50 livros de ficção e não-ficção e vencedor de três prêmios Jabuti, Rufino era conhecido por sua luta em defesa dos direitos humanos e como uma referência em cultura afro-brasileira.

Filho de pernambucanos, nascido em 1941 na Zona Norte do Rio de Janeiro, Rufino demonstrava interesse pelas letras desde a infância, se encantando com gibis e passagens bíblicas. Seu pai teve um papel importante nessa formação, presenteando-o com livros que Joel guardava em um caixote.

Começou a escrever para crianças na revista Recreio, em 1970, colocando no papel as histórias que a avó materna lhe contava: casos de curupiras, lobisomens, boitatás.

É autor, também, de diversos livros para jovens e adultos e de três peças teatrais e duas minisséries para a TV. Chegou a finalista do prêmio Hans Christian Andersen, tido como o Nobel da literatura infanto-juvenil.

Ainda jovem, ingressou no curso de História da antiga Faculdade de Filosofia da Universidade do Brasil, onde começou a sua carreira de professor. Convidado pelo historiador Nelson Werneck Sodré para ser seu assistente no Instituto Superior de Estudos Brasileiros ( ISEB ), lá conviveu com grandes pensadores, e foi um dos coautores da História Nova do Brasil, um marco da historiografia brasileira.

Exilado por suas ideias políticas contrárias à ditadura militar, morou na Bolívia e no Chile. Na volta ao Brasil, foi preso três vezes.

Joel Rufino foi reintegrado ao Ministério da Educação com a aprovação da Lei da Anistia e convidado a dar aulas na graduação da Faculdade de Letras e, posteriormente, na pós-graduação da Escola de Comunicação da UFRJ.

Desde fevereiro de 2015, era diretor de Comunicação e Difusão de Conhecimento do TJRJ.

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