Comissão debate como reverter crise hídrica no estado de SP

Um debate convocado pelo gabinete do deputado Orlando Silva (PCdoB/SP) em parceria com o gabinete do deputado Nilto Tatto (PT/SP), ambos membros da Comissão Especial de Crise Hídrica no Brasil, reuniu cerca de 200 pessoas, entre lideranças políticas e sociais, nesta segunda-feira (5), na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).

Deputado Orlando Silva (PCdoB/SP) durante mesa redonda, nesta segunda-feira (5), na Assembleia Legislativa de São Paulo, que debateu a crise hídrica de São Paulo.
- Foto: Joanne Mota

“O governo do estado de São Paulo deve cumprir sua missão no planejamento, no investimento, no cuidado com os mananciais e no diálogo com a sociedade”, afirmou o deputado federal Orlando Silva (PCdoB/SP), ao cobrar saídas para a crise hídrica em que vive o estado de São Paulo. 

Orlando destaca que a atividade tem como proposta avaliar o cenário de crise hídrica que se intensificou desde 2014. “Precisamos encontrar saídas que revertam a vulnerabilidade do sistema de abastecimento.”

“A seca na Região Sudeste, em associação fatores ligados à infraestrutura e planejamento, é a responsável pela pior crise hídrica enfrentada pela região, onde se concentra hoje a vasta Região Metropolitana de São Paulo. Com uma população com quase 20 milhões de pessoas, é a sétima área urbana mais populosa do mundo e o centro econômico, financeiro e técnico do Brasil”, ressaltou.

O deputado alertou que “não é razoável entender toda a problemática da crise hídrica como uma questão de escassez de chuva. O governo do estado de São Paulo deve cumprir sua missão no planejamento, no investimento, no cuidado com os mananciais, no diálogo com a sociedade”.

Ao longo da atividade, representantes da Agência Nacional de Águas (ANA), Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (Sintaema), da Aliança pelo Água, do Coletivo pela Água, Ministério Público Estadual, Ministério Público Federal, Defensoria Pública do Estado e da sociedade civil apresentaram pesquisas e relatórios que ofereceram um raio-X da atual situação e os desafios para se edificar uma nova cultura do uso do recurso.

Mesa redonda sobre crise hídrica. Foto: Joanne Mota


Duplo impacto no setor produtivo

Além das questões ambientais e as dificuldades enfrentadas pela população com a escassez de água, o setor produtivo da região Sudeste tem sofrido muito com a falta de água. Nivaldo Santana, vice-presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e ex-presidente do Sintaema, lembra que “a água é um insumo importante para a agricultura e a indústria e já há casos de recuo dos investimentos ou empresas que procuraram outras regiões para se fixar devido à
insegurança com o fornecimento de água”.

O ex-deputado alerta que “a seca, associada a situação de crise no emprego que hoje vivencia o país, agrava ainda mais essa situação. Pois ela impacta diretamente no mundo do trabalho e agrava as dificuldades que brecam a retomada do crescimento no estado de São Paulo. Então, os trabalhadores são atingidos duplamente, enquanto cidadãos e consumidores do recurso e, também, com um cenário de redução do número de postos de trabalho”.