Otan: presença russa no Mediterrâneo preocupa os EUA

A presença militar russa no Mediterrâneo é uma preocupação para a segurança do Pacto Militar do Atlântico Norte (Otan), afirmou nesta terça-feira o almirante Mark Ferguson, líder do Comando de Força Aliada Conjunta.

Almirante Mark Ferguson, líder do Comando de Força Aliada Conjunta da Otan

"Esta remilitarização da política de segurança russa fica evidente pela construção de um 'arco de aço' do Ártico até o Mediterrâneo, começando em suas novas bases no Ártico até Kaliningrado no Báltico e a Crimeia no Mar Negro", afirmou Ferguson no Conselho do Atlântico, em Washington.

O comandante americano disse ainda que a Rússia introduziu sistemas de mísseis antiaéreos e novas plataformas por estar "construindo a capacidade de projetar força no domínio marítimo. Sua base na Síria agora lhes dá a oportunidade de fazer o mesmo no leste do Mediterrâneo."

Ferguson afirmou que recentemente a Otan vem observando uma "manifestação de uma Marinha da Rússia mais agressiva e mais capaz", que está sendo utilizada para se concentrar nos mares que cercam a Rússia, assim como no Atlântico e no Mediterrâneo.

As declarações do comandante da Marinha americana vêm em um período em que os EUA vêm conduzindo exercícios navais multinacionais na região, inclusive com a Ucrânia, em um esforço para garantir aos aliados da Otan que é possível responder com rapidez à suposta ameaça russa.

Como resposta, a Rússia alertou a Otan de que a presença da Organização cada vez mais próxima às fronteiras russas é vista como uma atitude provocadora e uma ameaça à segurança regional.

"A intenção deles (Rússia) é ter a capacidade de possuir forças marítimas operando nessas áreas e, portanto, impedindo operações da Otan", opinou Ferguson.