Bancários iniciam greve com adesão recorde

Paralisação da categoria iniciada na terça-feira (6) já inclui 38 mil trabalhadores somente em São Paulo; proposta dos bancos é a pior desde 2004.

Agência do Bradesco é paralizada em Salvador - Sindicato dos Bancários da Bahia

Segundo Juvandia Moreira Leite, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, a proposta patronal anula os ganhos conquistados pela categoria nos últimos dois anos. "No saldo final destes três anos, teríamos uma perda real de 0,26%", explica Leite.

A proposta apresentada pela Fenaban de 5,5% de reajuste nos salários e R$ 2.500 de abono não incorporado ao salário gera uma perda real de 4% no salário dos bancários, já que o INPC da data-base da categoria acumulou 9,88%.

Considerando o salário anual do trabalhador (salários, 13º, férias e FGTS) e também a participação nos lucros, o bancário que recebe o salário médio da categoria (R$ 6.208) teria uma perda de R$ 2.144,81 ao longo do ano, se comparado a uma proposta que apenas repusesse a inflação. Se compararmos com uma proposta que garantisse o mesmo aumento real do ano passado (2,02%), a perda anual do bancário que recebe o salário médio seria de R$ 4.499,02 ao ano.

Mobilização

Os bancários inovaram na estratégia de paralisação: em vez de parar apenas as agências bancárias, resolveram focar nos centros administrativos das principais instituições financeiras do país.

Essa mudança de tática permite que os trabalhadores consigam parar também atividades ligadas a tecnologia da informação, operações de câmbio e arrecadação.

Segundo a Contraf (Conferação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro), foram paralisados 35 centros administrativos e 6.251 agências de 20 Estados e do Distrito Federal.