Greve dos bancários chega ao 9º dia sem resposta dos banqueiros

Com o impasse nas negociações e sem nova proposta salarial dos bancos, categoria decide manter a paralisação por tempo indeterminado e se articula para ampliar a mobilização, que já atinge cerca de 11 mil agências do país.

Bancários cearenses fortalecem mobilização e paralisam 342 agências

Bancários de todo o Brasil se reúnem em assembleias para avaliar os rumos da paralisação, deflagrada há mais de uma semana. Reunião de avaliação do comando de greve será feita nesta quarta-feira (14) para fazer um balanço da adesão.

Segundo Eduardo Navarro, coordenador da CTB Bancários e vice-presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, bancos têm sido intransigentes e a categoria se prepara para uma greve de "fôlego longo".

A proposta feita pela Federação Nacional dos Bancos é a pior desde 2004, quando os bancários pararam por um mês.

"Não repor inflação e dar abono em troca é injusto e incompatível com os lucros do setor. A nossa pauta não é aleatória, queremos reposição da inflação e aumento real", explica Navarro.

O aumento da greve dia a dia demonstra que os bancários não estão dispostos retroceder. Apesar da crise, os bancos brasileiros lucraram R$ 36,3 bilhões no primeiro semestre de 2015 e reajustaram a remuneração dos executivos em até 81%. Um diretor chega a ganhar R$ 1 milhão. Enquanto isso, o reajuste salarial oferecido aos bancários é de 5,5%, um índice que impõe perda de 4%.

Além do descaso com os trabalhadores do sistema, as instituições demonstram também seu descaso com a população ao praticarem as altas taxas de juros mais altas da América Latina. Quem recorre ao rotativo do cartão de crédito paga hoje 403,5% de juros ao ano.

“Essa situação demonstra insensibilidade que os banqueiros com a nação, a população e os trabalhadores, pois é um setor que mesmo com a crise continua obtendo os maiores lucros e oferecendo um serviço de péssima qualidade para ampliar margem de lucros em cima de seus funcionários”, destaca Navarro.