Milhares se mobilizam contra violência de gênero na Argentina

Mais de 65 mil pessoas participaram, nesta segunda-feira (12), de uma marcha convocada por ativistas sociais a fim de exigir o fim da violência contra a mulher na Argentina. Dados apontam que entre 2008 e 2014 mais de 108 mil mulheres foram assassinadas.

Marcha feminista na Argentina - Feminicidio

A marcha, que aconteceu em Mar del Plata, marcou o fim do 30º Encontro Feminista, realizado em rechaço à violência de gênero. A questão vem contando com o comprometimento de autoridades políticas locais.

Assim como a manifestação realizada no começo deste ano, o lema foi #NiUnaMenos. Segundo uma das organizadoras, Laura Hochberg, a passeata foi “um êxito absoluto, por sua mobilização em massa, pelo funcionamento pleno dos debates, e pelas oficinas que levaram os participantes a conclusões importantes”, esclareceu.

De acordo com dados da ONU, 21% das mulheres mortas no mundo são vítimas de violência de gênero. Na América Latina as estatísticas são ainda mais elevadas, na Argentin a cada 31 horas uma mulher é assassinada, enquanto que no Brasil acontecem 15 feminicídios por dia e no México são registrados quase dois mil casos por ano.

Em resposta a essa realidade, em junho deste ano o governo argentino anunciou a criação de uma unidade de registro de feminicídio que funcionará sob a jurisprudência da Secretaria Nacional de Direitos Humanos.

Em 2014 foram registrados 277 feminicídios em todo o país. “As cifras seguem sendo alarmantes, a cada 30 horas uma mulher é vítima de violência de gênero, os crimes são cada vez mais violentos e mesmo que muitos crimes sejam denunciados, há muitas restrições judiciais”, afirmou a diretora executiva da Associação Civil da Casa De Encontro, Fabiana Túñez.

Laura afirma que as atividades de combate à violência vão continuar. O Dia Internacional da Não Violência contra a Mulher é em 25 de novembro e haverá uma segunda marcha #NiUnaMenos, adiantou a coordenadora. “Temos que dar continuidade a todo que se debateu até agora e vamos acompanhar a proposta que surgiu nas oficinas de violência de gênero de realizar uma nova manifestação no dia 25 de novembro”, explicou.