Mundo faz progressos na redução da fome; Brasil se destaca

A luta contra a fome no mundo registou "progressos significativos" nos últimos 15 anos, com uma redução global de 27%. O Brasil foi um dos países que mais diminuiu a subnutrição entre os 128 países analisados no estudo do Índex Global sobre Fome (IGF), elaborado pelo Instituto Internacional de Investigação sobre Políticas Alimentares (IFPRI, na sigla em inglês). 

Brasil já se encontra entre os países mais próximos de erradicar a fome.

Entre os nove integrantes da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), cinco foram avaliados – Angola, Brasil, Guiné-Bissau, Moçambique e Timor-Leste.

O Brasil reduziu em cerca de 66% os casos de fome entre 2000 e 2015 e já se encontra entre os países mais próximos de erradicar a fome, com pontuação inferior a 5 no IGF. Os países que estão perto de acabar com a fome ficam com pontuação entre 0 e 7,9.

Segundo os critérios para a definição do IGF, pontuações entre 8 e 13,2 representam níveis baixos ou moderados de fome; entre 13,3 e 19,9, valores médios, e entre 20 e 34,9, são considerados "sérios". Acima de 35 pontos são considerados alarmantes, estando nessa situação o Timor-Leste, que obteve 40,7 pontos.

Angola, juntamente com Ruanda e a Etiópia, registrou uma das maiores quedas na redução da fome, ficando entre 25 e 28 pontos. Os três países mantêm-se, entretanto, em nível "sério", obtendo, segundo os critérios da IFPRI, 32,6 pontos. A Guiné-Bissau (30,3 pontos) e Moçambique (32,5) estão na mesma lista de Angola.

Por regiões, a África Subsaariana (média de 32,2 pontos) e o Sul da Ásia (média de 29,4) mantêm-se como as áreas mais afetadas pela fome, com valores que estão dentro dos parâmetros que o Instituto considera "sérios".

O Sudeste asiático, o Oriente Médio, o Norte da África, a América Latina e as Caraíbas, o Leste da Europa e os Estados independentes da Comunidade Britânica (Commonwealth) registraram valores entre 8 e 13,2 pontos.

Segundo o ranking do IFPRI, 17 países, entre eles o Brasil, obtiveram resultados "notáveis" na redução da fome, baixando em 50% ou mais os percentuais.

Os dados do relatório também mostram que 68 países registraram "progressos consideráveis", com queda entre 25% e 49,9%, e 28 reduziram o Índex Global sobre Fome em menos de 25%.
Apesar de todos os progressos, há ainda 52 países que continuam com níveis de fome que variam entre o "sério" e o "alarmante".

No período de 15 anos, entre 2000 e 2015, a lista dos dez países com maior redução dos níveis de fome inclui três latino-americanos (Brasil, Peru e Venezuela), um da Ásia (Mongólia), quatro antigas repúblicas soviéticas (Azerbaijão, República da Quirguízia, Lituânia e Ucrânia) e dois ex-Estados iugoslavos (Bósnia-Herzegovina e Croácia).

O IGF de 2015 não inclui os resultados de alguns dos países menos desenvolvidos, como Burundi, Comores, Eritreia, Sudão ou Sudão do Sul, entre outros, devido à inexistência de dados. O mesmo ocorre com a República do Congo que não disponibilizou informações. O Congo teve o pior resultado em 2011. A Somália, em crise desde 1991, nunca foi analisada.

Banco Mundial aponta que declínio da pobreza no Brasil foi mais rápido

O número de pessoas vivendo em situação de pobreza extrema no Brasil caiu 64% entre 2001 e 2013, passando de 13,6% para 4,9% da população, segundo dados divulgados nesta semana pelo Banco Mundial, durante reunião do Banco Mundial e do FMI (Fundo Monetário Internacional) em Lima, no Peru.