Em artigo, Dilma defende reforma do Conselho de Segurança da ONU

Em artigo publicado nesta no site da TV americana CNN, por ocasião dos 70 anos da criação da Organização das Nações Unidas (ONU), a presidenta Dilma Rousseff afirmou que o principal ensinamento das últimas sete décadas ensinaram ao mundo que as agendas da paz global, da segurança e do desenvolvimento sustentável são interconectadas e interdependentes, e que governos, sociedade civil e indivíduos devem seguir o caminho do compromisso e da cooperação.

Dilma na Assembleia Geral da ONU - Reprodução

Sob o título “Construir o mundo que queremos exigirá coragem e determinação de todos”, a presidenta destacou que a ONU se confronta com desafios sem precedentes, e disse que a segurança coletiva e a preservação da paz, que estiveram na origem da organização, veem-se ameaçadas por conflitos locais de alta intensidade e pela barbárie terrorista.

A presidenta sustentou que, no período, a ONU experimentou progressos e retrocessos, e que a agenda da organização, inicialmente baseada no ideal de construir um mundo fundado no direito internacional e na resolução pacífica de conflitos, ampliou-se, abrindo-se para questões relacionadas ao meio ambiente, à erradicação da pobreza, ao desenvolvimento social e aos direitos humanos, incluindo o combate à discriminação por gênero, raça e identidade sexual.

Dilma salientou ainda que os atuais mecanismos que visam à manutenção da segurança coletiva e da paz mostram-se ineficazes e obsoletos. Segundo ela, o Conselho de Segurança da ONU não tem estado à altura de seus desafios e não reflete a nova correlação de poder no mundo.

“A reforma do Conselho de Segurança é necessária”, defendeu a presidenta. “Não simplesmente por ser um caminho para a promoção da democratização e legitimidade. Ela é indispensável para o cumprimento dos principais objetivos da Carta das Nações Unidas”.

A presidenta abordou a questão dos refugiados do Oriente Médio e do Norte da África, e voltou a afirmar, assim como fez em discurso na Assembleia Geral da ONU, que, em um mundo onde circulam livremente bens, capital, informação e ideias, é absurdo impedir o livre trânsito de seres humanos.

Meio ambiente

Dilma lembrou a Rio 92 e a Rio+20 para demonstrar que o Brasil tem estado tradicionalmente envolvido na agenda de desenvolvimento sustentável. Ela saudou a Agenda 2030 e os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, e disse que reafirmam a necessidade da solidariedade e da cooperação para promover o crescimento econômico, a inclusão social e a proteção ambiental.

A presidenta apontou que o Brasil se comprometeu a reduzir, até 2030, em 43% as emissões de gases de efeito estufa, com base no ano de 2005, e disse que o País garantirá, também, a presença de 45% de fontes renováveis no total da matriz energética.

Dilma afirmou que, com políticas de sustentabilidade e de políticas públicas ambientalmente amigáveis, o Brasil levou adiante um dos maiores processos de inclusão social da história da humanidade, e anotou que mais de 36 milhões de pessoas saíram da pobreza extrema e 42 milhões de brasileiros ingressaram na classe média. Ela também lembrou que desde o ano passado o Brasil não mais está no Mapa Mundial da Fome.

A presidenta enfatizou, ainda, que “o Brasil está determinado e disposto a assumir suas responsabilidades para ajudar a promover um mundo de paz, progresso, inclusão e sustentabilidade”.