Ex-ministro afirma que nunca interferiu em projetos do BNDES

Em seu depoimento da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do BNDES, nesta terça-(20), o ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, disse que não conhece atuação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fazendo lobby em favor da Odebrecht". Ele afirmou ainda que nunca interferiu em qualquer projeto em análise do BNDES.

Miguel Jorge

Ao iniciar sua fala, o ex-ministro destacou a atuação da figura de presidente de conselho do banco, a importância do banco para o desenvolvimento de grandes projetos no país e as ações adotadas visando transparência e governança. Ele defendeu iniciativas para promover empresas brasileiras no exterior e classificou esse tipo e operação como uma ação legítima, feito por todos os países.

"Nunca recebi qualquer pressão de qualquer esfera de poder para pressionar o BNDES para concessão de financiamento", afirmou aos deputados.

O ex-ministro declarou que, pelo cargo que exerceu, reuniu-se com centenas de empresas e dezenas de associações. "Nunca interferi ou tentei interferir em qualquer projeto que estivesse em análise do banco".

Miguel Jorge informou que conhece o ex-presdiente Lula há cerca de 40 anos, mas que não é seu amigo pessoal. "Eu o conheci quando era diretor de Redação do jornal O Estado de S. Paulo e Lula era presidente do Sindicato dos Metalúrgicos. Depois, nos enfrentamos, quando eu era executivo da Volkswagen, mas sempre nos respeitamos", disse.

Ele defendeu que a prática de lobby, em sua concepção de “tentativa de convencimento por meios lícitos”, tornou-se uma atividade “demonizada” no país, após a deflagração da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal (PF). “Não vai mais dar para usar essa palavra lobby no Brasil, depois desse último um ano e meio, porque ela foi demonizada, não tem mais como voltara usá-la na sua acepção correta, como é usada no mundo todo”, disse o ex-ministro.

O ex-presidente Lula tem rechaçado acusações veiculadas na mídia de que ele teria atuado em favor da Odebrecht no exterior. Segundo ele, "só uma imprensa cega de preconceito e partidarismo poderia tentar criminalizar um ex-presidente por ter trabalhado por seu país e seu povo".