Debate busca fortalecer atuação do Exército na proteção da Amazônia 

Território de riquezas incomensuráveis, a Amazônia brasileira é também uma das regiões mais vulneráveis do território nacional. O país tem quase 17 mil quilômetros de fronteiras e seu monitoramento é feito, sobretudo, pelo Exército, especialmente no Norte do país, área que engloba a densa floresta tropical.  

Debate busca fortalecer atuação do Exército na proteção da Amazônia - Cláudia Guerreiro

Com o intuito de discutir a questão das parcerias entre os diferentes órgãos de fiscalização das fronteiras e avaliar a disposição orçamentária para apoiar este trabalho, a Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN) da Câmara organizou uma audiência pública para debater “o papel do Exército brasileiro na Amazônia, na proteção da unidade nacional, das diversidades e das riquezas; a situação do controle de fronteiras, as ameaças do tráfico de drogas, armas e diversidade e a coordenação com as forças dos países limítrofes”.

A audiência teve como convidado o general de Exército Guilherme Cals Theophilo Gaspar de Oliveira, comandante militar da Amazônia. Em sua fala, o general Cals explicou as dificuldades enfrentadas no desafio de monitorar as enormes fronteiras brasileiras com os parcos recursos – orçamentários, materiais, tecnológicos e humanos – existentes atualmente.

Destacando as parcerias de orçamento para desenvolver as ações necessárias na região, o comandante militar frisou que “temos que nos preocupar com os recursos que são alocados na Amazônia. Eles existem e precisam ser trabalhados em conjunto.”

Guilherme Cals apontou como zona crítica o trecho conhecido como Amazônia Ocidental, em função da atuação dos cartéis de tráfico de drogas e armas que já foram detectados na região amazônica.

A presidenta da CREDN, deputada Jô Moraes (PCdoB-MG), lembrou que a Amazônia tem que passar a ser uma das preocupações centrais de qualquer projeto de desenvolvimento do país.

Sobre as informações apresentadas pelo general acerca dos desafios a serem vencidos na proteção das fronteiras, a deputada disse que “os dados das ameaças, do tráfico de drogas, dos armamentos, e da fragilidade das fronteiras mostram como estas influenciam na realidade de violência dos centros urbanos. Assim, se buscamos paz, devemos começar protegendo as fronteiras daqueles que alimentam estes conflitos”, concluiu.