Conquistas dos bancários injetarão R$ 11,2 bi na economia

A luta dos bancários por aumento real de salário derrotou a ganância dos bancos – que acumulam lucros crescentes – e terá impacto não apenas na vida desses trabalhadores, mas também na economia.

Bancários

De acordo com projeção feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), as conquistas da campanha salarial da categoria significam um incremento anual de cerca de R$ 11,2 bilhões na economia.

Desse montante, R$ 6,04 bilhões são referentes ao pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), sendo que R$ 2,4 bilhões já devem ser distribuídos na antecipação, em até 10 dias depois da assinatura da Convenção Coletiva de Trabalho.

Já as diferenças salariais anuais dos bancários devem injetar R$ 4,24 bilhões na economia, sem contar os reflexos em FGTS e aposentadorias.

As diferenças nos auxílios refeição e alimentação devem ter um impacto anual de R$ 894 milhões na economia.

Depois de 21 dias de greve, o acordo obtido pelos bancários incluiu reajuste de 10% nos salários e PLR e 14% nos vales refeição e alimentação.

“Os bancários têm motivos para comemorar. Conseguimos avançar numa campanha em que os bancos, desde o início, alegavam não ter condição de dar um reajuste digno para os trabalhadores. Nossa união e mobilização garantiu pelo décimo segundo ano seguido aumento real para os salários”, disse a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Juvandia Moreira, uma das coordenadoras do Comando Nacional dos bancários.

Vitória sobre a ganância

O argumento dos bancos de que não tinham condições de arcar com reajustes justos era tão falso quanto uma nota de três reais. Isso porque, as instituições financeiras veem acumulando lucros exorbitantes ao longo dos anos. Um exemplo foi o resultado divulgado nesta quinta (29), por apenas dois grandes bancos, o Bradesco e o Santander. Juntos, no terceiro trimestre deste ano, eles tiveram lucro de R$ 5,8 bilhões.

Mesmo durante a crise, o Santander alcançou um lucro líquido de 1,7 bilhão de reais entre julho a setembro. O montante representa um avanço de 16,7% ante o mesmo período de 2014. Este é seu melhor resultado trimestral em três anos e o oitavo índice de crescimento consecutivo.

O Bradesco, por sua vez, anunciou ter registrado lucro líquido contábil de R$ 4,12 bilhões no mesmo trimestre. Em relação ao mesmo período do ano passado, o lucro aumentou 6,3%.