Ucrânia viola acordos de Minsk com militarização da Bacia do Don
O Ministério de Defesa da República Popular de Donetsk (RPD) denunciou nesta segunda-feira (9) o posicionamento de tanques e artilharia da Ucrânia para a linha da frente na região da Bacia do Don (Donbass, na sigla em russo), em uma violação dos acordos de Minsk.
Publicado 09/11/2015 13:21

Edvard Basurin, chefe adjunto do Estado Maior das Forças Armadas na RPD, assegurou que o serviço de inteligência registra contínuas violações do acordo feito na capital de Belarus pelas tropas de Kiev.
Em declarações à imprensa, o porta-voz oficial das milícias destacou que as forças mobilizadas para reprimir à população do Donbass (sudeste da Ucrânia) posicionaram quatro veículos de artilharia em Granítnoye, a um quilômetro da linha da frente.
A 10 km, em Piervomaiskoye, ainda segundo sua denúncia, foram posicionados cinco canhões, ao mesmo tempo em que foi confirmada a chegada de uma companhia de tanques governamentais ao povoado de Dzerjinsk, a somente 5 km da linha de contato.
O chefe-adjunto considerou perigoso para a preservação do tratado de Minsk a concentração de batalhões integrados por elementos ultranacionalistas com armamento pesado ao longo da linha de separação.
Com a assinatura em 3 de novembro de uma lei que permite aos cidadãos estrangeiros e apátridas servir nas Forças Armadas da Ucrânia, o presidente Petro Poroshenko descumpriu de fato um dos pontos do acordo, que prevê "a retirada de todas as forças estrangeiras".
Segundo o serviço de imprensa do governante, o documento número 716-VIII adotado em 6 de outubro do ano em curso pela Rada Suprema (Parlamento unicameral ucraniano) proporciona aos nascidos fora do país a capacidade legal para assinar contrato de serviço nas Forças Armadas e outras formações militares, segundo o comunicado.
A maior presença de estrangeiros nas Forças Armadas e outras formações paramilitares, diminui a necessidade do chamado ao serviço militar durante a mobilização por um período especial dos cidadãos de Ucrânia, conclui o escrito do meio presidencial, que ignora o compromisso explícito nos acordos de Minsk.
Recentemente, os negociadores na capital bielorrussa da RPD e a RPL, Denis Puchilin e Vladislav Deinego, respectivamente, informaram a decisão conjunta dessas regiões rebeldes em adiar as eleições de 18 de outubro e de 1º de novembro "para o ano que vem" para salvar as negociações.
Essa proposição inclui como condição que Kiev cumpra todos os pontos aprovados em 12 de fevereiro de 2015 na capital belarussa (Minsk-2), que o projeto de lei sobre as eleições no Donbas, as emendas à Constituição de Ucrânia e qualquer outro documento deve ser assinado por todos os participantes nas negociações de paz.
Qualquer mudança não acordada sem consultar aos rebeldes constituirá "uma violação absurda e inadmissível" dos acordos de Minsk, segundo os porta-vozes insurgentes.