Petrobrás abre diálogo sobre PNG e FUP sinaliza suspensão de greve
Federação Única dos Petroleiros (FUP) está indicando aos sindicatos filiados a suspensão da greve na Petrobras, iniciada no dia 1º; estatal presidida por Aldemir Bendine propôs aumento de 9,53% nas tabelas salariais, além de levar ao Conselho de Administração da Petrobras a análise do documento que questiona a política de investimentos da empresa
Publicado 13/11/2015 20:51
A Federação Única dos Petroleiros (FUP), por meio de seu conselho deliberativo, está indicando aos sindicatos filiados a suspensão da paralisação iniciada no dia 1º, com manutenção do estado de greve e assinatura do acordo coletivo de trabalho. A decisão caberá às assembleias. A decisão saiu, segundo a FUP, após a formalização de itens discutidos com o presidente da Petrobras, Aldemir Bendine.
A entidade destaca isonomia gradual para os trabalhadores da Fafen, fábrica de fertilizantes em Araucária (PR), adquirida da Vale pela Petrobras em 2013, compensação de metade dos dias parados durante o movimento e negociação prévia antes de qualquer sanção. "Com uma conjuntura e uma correlação de forças totalmente desfavoráveis aos trabalhadores, essas conquistas só foram possíveis porque os petroleiros atenderam ao chamado da FUP e dos sindicatos e realizaram uma greve essencialmente ideológica, que apontou para a sociedade que a defesa da soberania nacional está acima de qualquer interesse corporativista", afirma a federação, em nota.
A chamada Pauta pelo Brasil, apresentada pela FUP há quatro meses, deverá ser analisada por um grupo de trabalho paritário, que terá 60 dias para finalizar um relatório. O documento será analisado pela direção da empresa e por seu Conselho de Administração, além do governo federal. A FUP questiona a política de corte de investimentos e venda de ativos e se baseia em análises da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do próprio governo demonstrando reflexos negativos sobre o Produto Interno Bruto (PIB) e na criação de empregos.
A decisão do conselho da FUP foi unânime, pela suspensão do movimento, manutenção de estado de greve e assinatura do acordo coletivo. "A orientação é que os sindicatos iniciem imediatamente as assembleias para submeter os indicativos aos trabalhadores."
Na parte econômica, a Petrobras propôs aumento de 9,53% nas tabelas salariais. Segundo a FUP, todos os direitos do atual acordo foram preservados.
"Pela primeira vez, teremos a chance de disputar os rumos do plano de negócios da Petrobras, propondo alternativas para o endividamento que levem em conta os impactos da redução dos investimentos no PIB, na geração de empregos, na balança comercial do setor e na arrecadação de royalties", diz a entidade sindical. "Essa conquista será decisiva na luta para manter a integração do Sistema Petrobras, preservando a Transpetro e demais subsidiárias."