Daniel Almeida defende políticas de promoção da igualdade racial 

“Dentre as desigualdades que ainda impedem o progresso do Brasil, está a desigualdade racial. Não é possível tornar o país mais democrata sem levar em consideração o abismo que ainda separa os brasileiros brancos dos brasileiros negros, mais de um século depois da abolição da escravatura”, discursou o deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA) em homenagem à Semana Nacional da Consciência Negra, cujas comemorações no Congresso tiveram início nesta terça-feira (17). 

Daniel Almeida defende políticas de promoção da igualdade racial - Ass. Dep. Daniel Almeida

O parlamentar destacou que “sou formalmente vinculado ao Partido Comunista do Brasil há mais de 30 anos. Escolhi participar dessa agremiação para poder lutar pela igualdade de todos os brasileiros”.

Essa luta, segundo Daniel Almeida, só será vencida com a implantação do socialismo, mas “enquanto não tivemos um sistema melhor do que o capitalismo, o fortalecimento das políticas públicas de promoção da igualdade racial continuará sendo fundamental para o avanço da democracia brasileira”, afirma o parlamentar.

“Essas políticas sociais começaram a ser implantadas, com o apoio do PCdoB, a partir de 2003. Para corrigir a desigualdade de renda e oportunidades entre os brasileiros, demos início a uma nova metodologia de definição e implementação de políticas públicas, tendo como indicador qualitativo o recorte étnico-racial”, conta o deputado, destacando que os negros representam uma grande parcela de nossa população, e também a maior parte dos trabalhadores, dos pobres, dos presidiários – dos desfavorecidos pelo sistema capitalista, enfim.

“O PCdoB apoia e continuará apoiando governos e programas como esses, que melhoram a qualidade de vida da maioria de nosso povo”, afirma, alertando que “o ajuste fiscal para alavancar a nossa economia não pode abortar a política de promoção da igualdade. Qualquer ajuste deve ter em vista a criação de mais empregos, ampliando as oportunidades de distribuição de renda e superação das mazelas históricas do país”.

O deputado saudou a Marcha Nacional das Mulheres Negras, que acontece nesta quarta-feira (18), em Brasília. Segundo Daniel, as mulheres negras são as principais vítimas do machismo, do sexismo, da pobreza, da desigualdade social e econômica. “As mulheres negras vivenciam a face mais perversa do capitalismo”, avalia.

Violência contra os negros

O parlamentar destacou que dentre as mazelas que afetam a população negra, a violência é a principal delas. Relatório divulgado em maio deste ano pela Secretaria Nacional de Juventude da Presidência da República mostra que o jovem negro tem duas vezes e meia mais chances de ser assassinado do que os jovens brancos.

“Essa vulnerabilidade racial tem o efeito de um genocídio, e está presente em todos os estados, onde os pretos e pardos com idade de 12 a 29 anos correm mais risco de exposição à violência do que os brancos e amarelos, na mesma faixa etária”, avalia o deputado.

Dentre as 20 cidades mais letais para jovens, cinco estão na Bahia (Itabuna, Camaçari, Vitória da Conquista, Salvador e Feira de Santana). Os dados da pesquisa ainda indicam que o município de Itabuna, no sul da Bahia, lidera em número de homicídios nesta faixa etária entre as cidades brasileiras com mais de 200 mil habitantes.

“O mais triste é que muitos desses assassinatos, em todo o país, são cometidos pela polícia. Os infames ‘autos de resistência’ camuflam muitas vezes execuções sumárias de jovens negros”, avalia Daniel Almeida, para quem o remédio para o problema é a igualdade.

“Não apenas a igualdade econômica, mas a igualdade de oportunidades, como no caso das cotas universitárias. Os beneficiários da Lei das Cotas mostram, desde 2013, desempenho acadêmico igual ou superior aos demais alunos”, afirma o deputado.