Ubes denuncia farsa: Governo Alckmin não suspendeu reorganização em SP

Por meio das redes sociais, a União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes) garante que a proposta de suspensão do plano de reorganização do ensino público no estado de São Paulo, amplamente noticiada na grande mídia na tarde desta quinta-feira (19), é uma tática para desmobilizar as ocupações e os estudantes.

Escola ocupada

A proposta apresentada na tarde desta quinta-feira (19) pelo governo é temporária e foi realizada durante audiência no tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, que ainda prossegue. A presidenta da União Paulista dos Estudantes Secundaristas (Upes), Angela Meyer, que participa da audiência, declarou que o governo do estado quer desarticular o movimento e convencer os estudantes a desocupar. “ É uma farsa para esvaziar as escolas”, disse.

Angela lembrou que há um mês e meio as entidades estudantis propuseram ao secretário de Educação uma consulta à comunidade escolar sobre o projeto de reorganização que não foi aceita.

Para a diretora da Apeoesp, Francisca Seixas, o governo quer “mascarar de democrática” uma proposta que impõe um curto espaço de tempo para debater um projeto que vai reestruturar a educação no estado de São Paulo. A data limite para o governo seria até 4 de dezembro.

No mês de setembro o governo paulista anunciou o fechamento de 94 escolas como parte do plano de reorganização escolar. Salas ociosas e melhor desempenho nos equipamentos com ciclo único foram os argumentos apresentados.

Em resposta, os estudantes paulistas iniciaram no mês de novembro ocupações nas escolas, começando pelo ABC paulista. Em menos de 20 dias as ocupações no interior e capital proliferaram e somam atualmente quase 90 escolas ocupadas, aproximando-se do total de escolas a serem fechadas. Nesse período, a Polícia Militar protagonizou cenas de violência e intimidação dos integrantes dos movimentos em diversos pontos do estado.

Manipulação da mídia

O desmentido sobre a suspensão da proposta de reorganização se prolifera nas redes sociais do movimento estudantil e blogs do movimento social. A reorganização escolar não está suspensa, como foi noticiado. A audiência prossegue no TJE.