Protestos contra agressão militar à Síria reuniram milhares na Europa

Milhares de pessoas foram às ruas de grandes cidades europeias nos dias 29 e 30 de novembro para protestar contra a violência e as agressões militares que o imperialismo europeu pratica ao redor do mundo e também contra a possibilidade de seus governos se verem livres para atacarem a Síria.

Manifestantes protestam em Madri contra guerra

Protestos eclodiram no Reino Unido e na Espanha. Em Madri, representantes dos partidos Podemos e Esquerda Unida, assim como movimentos antifranquistas e republicanos participaram juntos do protesto.

Em Londres, as pessoas foram às ruas contra a possibilidade do parlamento do Reino Unido aprovar a participação no "suposto" bombardeio contra o grupo terrorista Estado Islâmico (EI). Suposto porque o próprio Reino Unido está implicado na existência e no financiamento dos grupos terroristas que assolam a Síria com um conflito que já dura 4 anos.

A associação "Stop the War" convocou a manifestação diante da residência do primeiro-ministro britânico David Cameron.

Na sexta-feira, o presidente francês François Hollande fez um apelo aos parlamentares britânicos para que aprovem os bombardeios na Síria, duas semanas depois dos atentados de 13 de novembro em Paris, que mataram 130 pessoas.

"Este é um conflito que não pode e não será resolvido com bombardeios", disse o presidente da "Stop the War", Andrew Murray, para a multidão.

Na Espanha, o "Não à guerra", soou alto pelas ruas de Madri, onde os manifestantes foram reunidos diante do Museu Reina Sofia. "Todos aqueles que querem a guerra na Síria, e mais mortes e sangue, deveria colocar um uniforme militar e ir para o fronte", afirmou Teresa Rodriguez, filiada ao Podemos.

Representantes da Associação da Juventude Muçulmana também participaram nos protestos e leram um manifesto, condenando os ataques terroristas em Paris e as atividades da organização terrorista Estado Islâmico.

Outras cidades espanholas, como Barcelona, Sevilha, Cadiz, Bilbao e Valência também foram palcos de protestos, assim como Manchester, Newcastle e Liverpool.

Na noite que antecede a votação no parlamento, vários manifestantes fazem vigília diante das sedes dos partidos Trabalhista e Conservador, cujos deputados deverão votar a questão nas próximas horas.

O líder dos trabalhistas, Jeremy Corbyn, afirmou em entrevista na rádio pública BBC que os bombardeios significarão a morte de inocentes e que isto poderá ser usado pelo terrorismo como argumento para atacar o Reino Unido.

"Na crença das pessoas que estão a favor da guerra, o bombardeio contra o Estado Islâmico servirá para nos desfazer deles. O que eu argumento é que bombardear uma cidade como Raqqa, supostamente controlada pelo Estado Islâmico, servirá para atingir milhares de pessoas inocentes, que procuram refúgio do próprio Estado Islâmico. Nós vamos matar pessoas, vamos matar pessoas em suas casas com nossas bombas. Acho que os deputados deveriam ser muito cuidadosos com isso", afirmou.

Os meios de comunicação britânicos afirmam que o apoio aos bombardeios, pelos trabalhistas, caiu pela metade, dos 60 iniciais a menos de 30 deputados, e atribuem isso ao trabalho dos manifestantes contra a guerra e a Corbyn.