Ministro da Defesa pede à Câmara reforço no orçamento do setor 

Após uma detalhada exposição sobre a missão e tarefas das Forças Armadas, pontuada por fatos históricos e citações literárias, o ministro da Defesa, Aldo Rebelo, pediu apoio do Congresso Nacional e dos deputados, para elevar os recursos do orçamento da União destinados às Forças Armadas. O ministro participou de audiência pública, nesta quarta-feira (2), na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara. 

Ministro da Defesa pede à Câmara reforço no orçamento do setor - Agência Câmara

Acompanhado de representantes das três forças – Exército, Marinha e Aeronáutica -, o ministro sugeriu a destinação de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) para as Forças Armadas, destacando que a média de recursos dos países do Brics para a defesa é de 2% do orçamento. O Brics é formado pelo grupo de países emergentes do qual o Brasil faz parte, junto com Rússia, Índia, China e África do Sul.

“Deveríamos buscar algo parecido para não sofrer descontinuidade dos nossos projetos”, disse o ministro, citando os programas de construção do submarino nuclear e o lançador de foguetes, “programas essenciais, que deveriam estar mais avançados”, afirmou.

Rebelo enfatizou a importância das Forças Armadas alcançar os recursos necessários para cumprir as suas tarefas de construção material e espiritual do país, “ por que sem meios não pode cumprir seu papel”, afirmou o ministro, para quem as Forças Armadas, ao estimular o patriotismo no cidadão contribui com a formação espiritual do brasileiro.

Ele lembrou que, no Brasil, ao contrário das nações desenvolvidas, que já alcançaram o equilíbrio material e podem se dedicar somente a defesa nacional, as Forças Armadas tem a dupla missão de defender e construir o país. “Nós temos essa dualidade”, disse o ministro, citando as várias missões das instituições, que são distribuídas entre ostensiva, para acudir as necessidades da sociedade; engenharia de construção e cibernética.

Cobiça sobre Amazônia

A política de defesa é resultado da escolha do país – onde vai concentrar sua capacidade, em determinada arma e equipamento e de outro aspecto que não é opção, é determinada pela sua geografia, explicou o ministro. No caso do Brasil, é preciso considerar os 17 mil km de fronteira, 10 vizinhos diferentes, a Amazônia, sete mil quilômetros de litoral.

“Essa é uma responsabilidade geopolítica que temos que assumir e o mundo espera que a gente assuma”, disse o ministro, citando entre as diversas preocupação a proteção da Amazônia, criticando a posição dos órgãos reguladores, com o Ibama, e a atuação das Organizações Não-Governamentais (ONGs)

Ele disse que essa situação exige um acompanhamento do governo, “porque muitas ONGs representam outros interesses, que não são de defesa dos índios nem do meio ambiente.” E que requer uma avaliação sob o ponto de vista de defesa nacional, “porque existe cobiça sobre a Amazônia, que é antiga e atual, e devemos tratar a questão com elevado senso de responsabilidade.”

O ministro disse que a proteção da Amazônia mistura as agendas da defesa nacional com a do meio ambiente, que é um assunto importante também para as Forças Armadas. “As áreas mais preservadas do país estão sob responsabilidade das Forças Armadas”, garantiu o ministro, recebendo sinal de confirmação do representante da Marinha.