Jornais europeus duvidam que Dilma seja impedida
Repercutiu com muito destaque nos sites dos principais jornais da Europa nesta quinta-feira (3) a abertura de um pedido de impedimento contra a presidenta Dilma Rousseff, aprovado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. A maioria dos diários defendeu a chefe de Estado e se posicionou contra a possibilidade de Dilma deixar o cargo.
Publicado 03/12/2015 14:34

Para o jornal espanhol El País, o processo vai mergulhar o país ainda mais na incerteza e no desgoverno. “A crise política que se apoderou do Brasil, além das contínuas e quase diárias revelações de corrupção de deputados, banqueiros e empresários, repercute automaticamente na já agonizante economia”, publica.
Já o diário francês Le Monde diz que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, agiu por vingança pessoal: “Membro do PMDB, principal aliado do governo na coalizão governamental, Cunha está envolvido no escândalo de corrupção da Petrobras. A Justiça também descobriu diversas contas na Suíça cujos beneficiários seriam ele e sua família. Sua última esperança residia no apoio do PT, que ele fazia de refém ameaçando com o processo de impeachment”.
Para o diário, o lançamento do pedido de impedimento vai agravar uma crise política e econômica na qual o Brasil se afunda a cada dia mais. “A crise econômica alimenta a tensão social e a insatisfação da opinião e reforça a crise política e institucional, incendiando as posições de uns e outros. O conflito de poder entre o Executivo e o Legislativo atrasa a resposta à recessão e tende a aprofundá-la e prolongá-la”, escreve o conservador Le Monde.
O britânico The Guardian destaca a reação indignada da chefe de Estado em relação à decisão de Cunha. The Guardian diz que talvez Dilma tenha votos para se manter no cargo, mas a batalha entre essas lideranças políticas vai piorar o cenário de um país que enfrenta a pior recessão desde a Grande Depressão, nos anos 1930.