Deputados comemoram Dia de Solidariedade com o Povo Palestino
Com um Painel sobre a Resolução 181 das Nações Unidas que trata do Plano de Partilha da Palestina, realizado nesta quinta-feira (3), a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CREDN) da Câmara celebrou o Dia de Solidariedade com o Povo Palestino.
Publicado 04/12/2015 11:10

O Plano de Partilha da Palestina foi aprovado em 29 de Novembro de 1947 pela Assembleia Geral das Nações Unidas, através da sua Resolução 181, em sessão presidida pelo brasileiro Oswaldo Aranha. Na ocasião, 56 dos 57 países-membros da ONU se encontravam representados.
Trinta anos depois da partilha, em 1977, a mesma organização aprovou que o dia 29 de novembro fosse considerado o Dia Internacional de Solidariedade com o Povo Palestino. De acordo com Emir Mourad, secretário-geral da Federação Árabe Palestina do Brasil (FEPAL), hoje, mais de 80% da Palestina estão sob domínio, controle e ocupação militar e econômica de Israel.
O evento, realizado a pedido do PCdoB, PT, Psol e PMDB, teve como objetivo homenagear o Povo palestino e serviu também para denunciar que a Resolução da ONU “tem sido muito mal cumprida e que apenas Israel viu esse estatuto ser reconhecido. O povo palestino vive hoje em território palestino em grande parte ocupado por Israel desde 1967, incluindo Jerusalém.”
Sem respeito
O representante da Federação Árabe Palestina do Brasil, Walid Raabh, denunciou que o direito do povo palestino à autodeterminação sem interferência externa, o direito à independência nacional e soberania e o direito das pessoas de regressar às suas casas e propriedades expropriadas não tem sido cumpridos.
Para a presidente da Comissão, deputada Jô Moraes (PCdoB-MG), essa comemoração tem um significado especial, pois legitima e dá a dimensão que teve a luta pela constituição do Estado palestino.
“Rediscutir algo que data do século passado e que não foi respeitado é discutir aquilo que é fundamental. Nós precisamos de um mundo em que as decisões de um foro internacional sejam respeitados”, afirmou a parlamentar.
Também participou do debate o embaixador do Estado da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben, que agradeceu ao Brasil pela celebração da amizade entre as nações nos últimos 30 anos, e enfatizou a necessidade de seguir lutando. “O fato de discutir este tema é priorizar a situação do Estado Palestino, que precisa ser resolvida dentro do marco da legalidade internacional”, afirmou.
Representando o Itamaraty no evento, a diretora do departamento do Oriente Médio do Ministério das Relações Exteriores, Lígia Maria Scherer, relembrou o papel do governo brasileiro. “O Brasil reconheceu o Estado da Palestina formalmente em 2010, e permanece comprometido com o estabelecimento de um estado soberano, economicamente viável com a capital em Jerusalém oriental, vivendo lado a lado com Israel e obedecendo as resoluções pertinentes das Nações Unidas.”