Espero confiança integral de Temer e sei que ele a dará, afirma Dilma

Em resposta a questionamento de jornalistas sobre a lealdade do vice-presidente, neste sábado (5) em Pernambuco, a presidenta Dilma Rousseff declarou esperar confiança integral de Michel Temer e que tem certeza que ele manifestará essa confiança. “Ao longo desse tempo eu desenvolvi a minha relação com ele e conheço o Temer como pessoa, como político e como grande constitucionalista”, assegurou.

Dilma-Rousseff-em-reuniao-de-enfrentamento-contra-mosquito-da-dengue_03 - Foto: Roberto Stuckert Filho/ PR

A presidenta nacional do PCdoB, deputada federal, Luciana Santos integrou a comitiva da presidenta no lançamento do plano de ação contra doenças causadas pelo mosquito Aedes Aegypti. Do lado de dentro do Comando Militar do Nordeste, senadores, deputados, o ministro da Saúde, Marcelo Castro, o ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, e o secretário nacional de Proteção e Defesa Civil, general Adriano Pereira Junior, além do governador Paulo Câmara e agentes de saúde do ‎Recife‬, acompanharam o ato.

Do lado de fora, centenas de pessoas com cartazes e bandeiras de movimentos sociais gritam ‪‎"Não Vai Ter Golpe!"‬, e demonstram apoio à Dilma Rousseff.

Na entrevista coletiva, a presidenta da República também falou sobre o ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha, acerca de quem a imprensa tem veiculado que sairá do governo. Ela declarou que não recebeu nenhuma comunicação nesse sentido e avaliou o trabalho dele lembrando aos jornalistas que durante a reforma ministerial o manteve em seu governo.

“Eu me esforcei bastante para [mantê-lo], porque eu achava que, e acho ainda acredito que ele está fazendo um trabalho muito importante. Eu não recebi nenhuma comunicação e ainda conto com a permanência do ministro Padilha no governo. Quero reiterar: eu fiz um grande esforço durante a reforma ministerial para mantê-lo à testa do ministério dos aeroportos”.

Impeachment e TCU

Dilma manifestou novamente estar tranquila em relação à abertura de um processo de impeachment, porque faltam fundamentos legais.

“Eu já repeti várias vezes. Não cometi nenhum ato ilícito, não usei indevidamente o dinheiro publico. Não usei o dinheiro público para contemplar meus interesses, não tenho nenhum recurso que recebi de qualquer processo que não seja o meu trabalho ou a minha família. Nunca depositei um dinheiro na Suíça, não tenho acusação de espécie alguma”, afirmou.

Ainda disse que “se inventaram um processo chamado pedalada”, que este ainda não foi julgado. E esclareceu que a avaliação feita pelo Tribunal de Contas da União sobre as contas de 2014 do governo é apenas uma análise técnica, que apenas o Congresso tem o poder de julgar as contas do Executivo.

Ela ressaltou ainda que o TCU manifestou uma avaliação que contraria uma jurisprudência do próprio tribunal quando do julgamento das contas de governos anteriores.

“É importante que a questão seja colocada nos seus devidos termos. Não há base, não procede esse pedido. Ele tem outros fundamentos que eu lamento, porque coloca em questão a maturidade da democracia”.

Ainda sobre o TCU, os jornalistas perguntaram sobre declaração do ministro Augusto Nardes, de que o tribunal teria recebido nesta semana uma representação do Ministério Público Federal de que teriam ocorrido novas pedaladas fiscais em 2015.

Dilma respondeu que acha “estranhíssimo que possam ter pedaladas fiscais no ano de 2015, sendo que o ano nem foi concluído”.

“É complexa essa questão da nossa relação com as opiniões do ministro Nardes. Não com o TCU, mas com o ministro Nardes temos algumas divergências de opinião”.

Abaixo a íntegra da coletiva de imprensa da presidenta Dilma neste sábado (5).