Cláudio Lembo critica "derrotados" que apelam ao golpismo
Advogado e professor de Direito da USP e do Mackenzie, o ex-governador de São Paulo, Cláudio Lembo, teceu duras críticas à oposição golpista. “Eu vejo no Brasil um grupo de derrotados que quer derrubar alguém que foi eleito pelo povo, acho isso muito equivocado, muito errado", disse Lembo.
Publicado 08/12/2015 15:28

Filiado ao DEM até 2011 e ex-aliado do PSDB, ele afirmou, em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, que "há pessoas com tradição democrática que estão se conspurcando, conspurcando inclusive o próprio passado, por um interesse egoísta".
Lembo avaliou que os antigos golpes de estado foram substituídos gradativamente pelo impeachments e sua aparência de legalidade constitucional. Segundo ele,o seu parecer jurídico contrário ao pedido de impeachment, bem como o seu posicionamento publico, aconteceram de forma natural e espontânea.
"Foi espontâneo, absolutamente espontâneo. Porque [os que são a favor do impeachment] são grupos que não se conformam com o resultado das urnas. Não é possível fazer democracia assim —se dissessem: "Vamos esperar 2018 e eleger outra linha de pensamento", tudo bem. Mas derrubar um presidente eleito é um absurdo", encerrou.
Em outubro, Lembo já havia se colocado contra a tentativa de afastar a presidenta democraticamente eleita. Em parecer, ele chegou a afirmar que PSDB e DEM, que encabeçam a campanha golpista no Brasil, estavam “perdidos, em estado de neurose coletiva”.
“Os golpes militares da época da Guerra Fria estão sendo substituídos pelo impeachment. A função do Congresso é fiscalizar os governos, e não derrubá-los. Isso é o mesmo que bater às portas dos quartéis”, disse ele, à época.