Sindicatos de várias categorias divulgam nota em defesa da democracia

Um dos setores mais organizados da sociedade, o movimento sindical também manifesta seu repúdio às manobras golpistas contra o mandato da presidenta Dilma Rousseff.

Centrais sindicais ato 9 de abril

O Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região, filiado à Força Sindical, divulgou nota em defesa do mandato da presidenta Dilma e da democracia.

Para a diretoria da entidade, “é no tapetão que buscam retirar um mandato conquistado por meio do voto, em que a maioria dos brasileiros utilizou o seu direito democrático para escolher Dilma Rousseff para dirigir o país por mais quatro anos”.

E completa: “Não vamos tolerar que passem por cima da vontade da maioria dos brasileiros. Lutar pelo mandato da presidenta Dilma é lutar pela democracia. Vamos à luta!”.

Outra entidade a divulgar nota foi o Sindicato dos Eletricitários de São Paulo. A entidade se manifesta contrária ao impeachment por considerar que não há elementos jurídicos que possam fundamentar tal medida.

“Ao nosso ver, o que existe é a oposição da grande mídia, a oposição de uma parcela política e a objeção de uma parte da população (…) Abrir um processo de impeachment sem fundamento é um artifício vazio para forjar uma cortina de fumaça aos olhos da população brasileira, encobrindo outros casos, como, por exemplo, aqueles que estão ligados ao presidente da Câmara dos Deputados”, diz a nota assinada pelo presidente da entidade, Eduardo de Vasconcellos Correia Annunciato, o Chicão.

E completa: “Enxergamos isto como um golpe à democracia, pois, se a maioria do povo votou em Dilma, estes brasileiros e brasileiras merecem que sua vontade seja levada em consideração. Em um momento tão decisivo para o futuro do país, acreditamos que ninguém queira que o seu voto seja desrespeitado. Democracia não é feita por unanimidade, e sim pela maioria”.

Entre os dirigentes da Força Sindical o repúdio contra o golpe continua a crescer. Durante ato realizado no Sindicato dos Engenheiros de São Paulo, na última segunda-feira (7), o secretário-geral da central, João Carlos Gonçalves, o Juruna, afirmou: “Eu vim aqui me posicionar pessoalmente e, portanto, não estou falando em nome da central, contra o impeachment da presidenta Dilma”.

Na mesma ocasião, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André, Cícero Martinha, divulgou nota oficial da entidade com um enfático posicionamento contra o impeachment. “Isso seria um golpe contra as conquistas e os interesses dos trabalhadores”, disse ele.

De acordo com a nota, o impeachment é um golpe contra as conquistas dos trabalhadores garantidas nos últimos anos que promoveram avanços na distribuição de renda da classe trabalhadora.

“Nos últimos 13 anos, o salário mínimo teve alta de 262%, segundo o Dieese. Um crescimento real de mais de 72%. Os articuladores do golpe econômico/impeachment querem interromper essa distribuição de renda realizada através de salários e benefícios”, salienta o documento.