Senadores reforçam discurso contra impeachment de Dilma 

Às vésperas do julgamento da ação do PCdoB no Supremo Tribunal Federal (STF), que vai analisar o rito do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, os senadores ocuparam a tribuna da Casa para se posicionar contrários ao pedido aprovado pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Para os senadores, além da falta de argumentos legais, falta à oposição apoio popular. 

Senadores reforçam discurso contra impeachment de Dilma - Agência Senado

A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) citou matérias jornalísticas que registraram a baixa participação popular em manifestações pelo impeachment da presidenta da República, Dilma Rousseff, no domingo (13). Para a senadora, isso demonstra que a população não quer o impeachment. E lamentou que a oposição queira retirar da Presidência da República uma pessoa legitimamente eleita pela população.

O senador Jorge Viana (PT-AC) reforçou a opinião de que a baixa adesão aos protestos desse domingo pelo impeachment da presidenta Dilma Rousseff é um sinal de que o processo não tem apoio popular. Para ele, o número reduzido de pessoas nas ruas deve ser entendido como um recado para a oposição.

A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) analisa que as manifestações populares de domingo deixaram claro que o povo não vê motivo suficiente para o impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Na avaliação dela, outro recado forte dos protestos é que o povo não está entusiasmado com a oposição nem confia nas propostas alternativas ao governo atual.

Crise política

Para o senador Jorge Viana, “a grande maioria da população ficou em casa porque entendeu que tem, sim, um esquema montado da oposição com o senhor Eduardo Cunha (presidente da Câmara dos Deputados) para tentar tirar de qualquer jeito a presidenta Dilma do governo. O povo não é bobo. A carapuça tem que ser vestida por todos, especialmente por quem faz oposição neste Brasil: a falta de credibilidade é para a política neste país”, avalia.

Para o senador, o problema mais urgente a ser resolvido é a crise política, que agrava e impede a resolução da crise econômica. O pedido de impeachment da presidenta Dilma, na visão do senador, é “bárbaro”, porque se baseia em uma prática que, segundo ele, todos os governos já adotaram – as chamadas pedaladas fiscais.

Sem fundamentos jurídicos

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) afirmou que não existem fundamentos jurídicos para o impeachment de Dilma Rousseff, destacando que não há uma acusação direta contra a presidenta. E considerou inconsistentes e frágeis os argumentos das pedaladas fiscais e dos decretos de abertura de créditos suplementares utilizados no pedido de impeachment.

Lindbergh ressaltou que todos os governos praticaram as pedaladas fiscais e explicou que as leis orçamentárias previam a possibilidade de abertura de créditos suplementares sem autorização legislativa, desde que a meta de superavit primário fosse cumprida. Segundo o senador, ao aprovar a alteração da meta, o Congresso legitimou os decretos de créditos suplementares assinados por Dilma.

“Na denúncia contra Fernando Collor de Mello tinha um crime de responsabilidade. Foram encontradas contas do PC Farias e contas-fantasmas, tinham coisas concretas. Quais argumentos estão lançando para o impeachment da presidenta Dilma? Não há uma acusação direta contra ela. As pessoas têm que entender que podem ter as maiores discordâncias do governo dela. Agora, a presidenta Dilma é uma mulher honrada e honesta e não tem denúncia contra ela”, frisou.