Militante pela saúde pública é eleito para presidência do CNS

Nesta quarta (16), o presidente da Fenafar, Ronald Ferreira dos Santos, foi eleito para presidir o Conselho Nacional de Saúde pelos próximos 3 anos. Candidato único, Ronald, ativista do Sistema Único de Saúde (SUS), teve 42 dos 48 votos válidos.

Ronald Ferreira dos Santos - Fenafar

Ao apresentar a sua candidatura, Ronald apontou as linhas que considera fundamentais serem reforçadas para manter e ampliar o protagonismo do CNS na luta em defesa da saúde pública.

 

Ele citou que o Conselho precisa “ser independente de corporações, de partidos políticos, de empresários e de governo, senão não joga papel. Um conselho que tenha condições de trabalhar a unidade”.

 

Para Socorro de Souza, representante da Contag e presidente do Conselho no período de 2012 a 2015, “a eleição do CNS mostrou muita maturidade política”.

 

Inicialmente foram apresentadas candidaturas por segmentos, dos usuários, trabalhadores e gestores. “Mas todos tiveram a grandeza de construir a unidade em torno do Ronald Ferreira, que já é membro da mesa diretora e teve um desempenho importante olhando o papel, a tarefa que o conselho terá nos próximos 3 anos, nesta conjuntura política em que precisamos nos posicionar em defesa do SUS e do direito universal a Saúde”, afirmou Socorro.

 

Ela defendeu uma estratégia que combata, dentro do Congresso Nacional, as pautas que ameaçam o direito universal e desconstroem o SUS, “mas que é preciso ter pautas que avançem em torno de temas estruturantes como financiamento, carreira para os trabalhadores da saúde, e a pauta da ciência e tecnologia que no atual momento é fundamental para o Brasil enfrentar uma de suas mais graves epidemias que é a microencefalia”.

 

Na avaliação de Socorro, o CNS e o controle social saem fortalecidos deste processo pela “demonstração de grandeza e maturidade política onde o Estado de Direito e a defesa da democracia em torno da bandeira do SUS é o que precisa prevalecer”.

 

Socorro se referiu ao processo eleitoral como “um voto de confiança e que vai consolidando uma concepção de fazer controle social na esfera da saúde, sem ser corporativo e voltado ao máximo possível para o interesse público, coletivo, e também de enfrentamento dos agrupamentos e interesses que mais se contrapõem a esta construção”.

 

“Eu saio muito feliz, porque é uma continuidade do mandato que nós construímos nos últimos três anos. Eu me sinto representada pelo Ronald”, concluiu Socorro.

 

Sobre o novo presidente do CNS

 

Ronald é farmacêutico do Centro de Informações Toxicológicas de Santa Catarina, Assessor Técnico do Conselho Regional de Farmácia de Santa Catarina, Conselheiro Nacional de Saúde.

 

Formou-se em 1993 pela Universidade Federal de Santa Catarina. É mestre em Farmácia pela mesma instituição. Iniciou sua militância no movimento estudantil de Farmácia, como diretor de Biomédicas da União Nacional de Estudantes –UNE.

 

Após concluir a graduação em Farmácia, ingressou no movimento sindical, onde presidiu o Sindicato dos Farmacêuticos de Santa Catarina. É coordenador nacional do Movimento em Defesa da Saúde Pública – Saúde +10.

 

Na gestão do Conselho Nacional de Saúde que se encerrou, Ronald compunha a mesa diretora do CNS e coordenava o grupo de trabalho sobre financiamento da Saúde.