Mulheres se manifestam contra golpe na Câmara

Com adesivos de faixas presidenciais colados no peito, diversas deputadas, senadoras e representantes de movimentos sociais e sindicais realizaram um ato na tarde de quarta-feira (16), na Câmara dos Deputados, para reforçar seu apoio ao governo Dilma.

Ato mulheres na Câmara em defesa da democracia

O ato acontece no mesmo dia em que várias manifestações de apoio à presidenta são realizadas pelo país. “Estamos em sintonia com o que acontece no país. O que ecoa lá fora reverbera aqui dentro também. E estamos aqui para defender a democracia, que está acima de governos”, diz a líder do PCdoB na Câmara, Jandira Feghali (RJ).

Durante o ato, as parlamentares reforçaram o argumento de que a tentativa de tirar a presidenta Dilma Rousseff do poder é golpe. “Não havendo crime que justifique a admissibilidade de um processo de impeachment, o Brasil vive um período pré-golpe, um momento de grande ameaça ao Estado Democrático de Direito. Isso é algo que a sociedade precisa entender de forma mais profunda. Não é gostar ou deixar de gostar do governante, é observar que houve uma eleição e o setor derrotado não se conformou com o resultado”, afirma a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA).

O PCdoB é uma das legendas que vem questionando as tentativas de impedimento de Dilma. Nesta quarta-feira (16), O Supremo Tribunal Federal (STF) julga uma das ações impetradas pelo partido contra o rito estabelecido pelo presidente da Câmara. Entre outros pontos, a ação questiona a formação da comissão especial – eleita em votação secreta e com chapa avulsa – e as lacunas entre a Lei 1079/50 e a Constituição Federal no que diz respeito ao processo de impeachment.

Para a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), o ato, mais que defender o mandato de Dilma, defende a democracia. “Estamos aqui porque defendemos a Constituição Federal. E ela prevê os crimes que dão início ao processo de impeachment. E nesse caso, não há nenhum. Se a oposição quer tomar o poder, que ganhe as eleições. Não permitiremos golpes”, alerta.

As parlamentares devem se encontrar com a presidenta Dilma Rousseff na abertura da Conferência Nacional da Juventude, que acontece hoje, em Brasília para manifestar seu apoio.