Tradição e modernidade: Requalificação das “casas-pátio” de Pequim
As casas-pátio chinesas não representam apenas uma valiosa expressão arquitetônica da China. Estas são também um símbolo da cultura tradicional da Pequim antiga. Contudo, o conflito entre a sua configuração obsoleta e o dever de proteção destas estruturas seculares nem sempre é suave. Se por um lado, cada tijolo das casas-pátio nas zonas de preservação histórica tem um valor incalculável, a sua reconstrução/adaptação em grande escala é extremamente difícil.
Publicado 18/12/2015 19:04

Devido ao design original de construção ser antiquado, é virtualmente impossível equipar as casas-pátio com condições modernas de saneamento, retenção de temperatura ou prevenção de acumulação de humidade. Deste modo, as condições de vida dos seus habitantes são cada vez mais precárias.
Devido ao fascínio e paixão pelas casas-pátio, os arquitetos Zang Feng, He Zhe, e o americano Shen Haien, todos membros da ordem dos arquitetos, criaram o conceito “caixa interior” – um modelo pré-fabricado que permite fazer uma atualização das casas-pátio tradicionais, mantendo os seus elementos históricos essenciais, mas ao mesmo tempo adaptando-as às necessidades da vida moderna. O conceito traduz-se pela construção de “um apartamento dentro de um apartamento”. O design recebeu vários prêmios não só a nível doméstico como também internacional.
Este conceito foi apadrinhado pelo bairro Dashilan de Pequim, tendo sido incluído nos planos de requalificação da área. Neste momento, o projeto já está sendo aplicado com sucesso na rua Yangmei Zhuxie, situada no hutong Tiaozhou, no bairro Dashilan, oferecendo às tradicionais casas-pátio da cidade um lar na Pequim atual.