Verbas que quitaram pedaladas vão virar crédito e estimularão economia
Contra a recessão, o governo brasileiro pretende estimular a economia usando os recursos repassados a bancos públicos e ao FGTS para o pagamento das chamadas "pedaladas" fiscais. A ideia é aumentar o crédito aos consumidores e empresas sem pressionar as contas públicas.
Publicado 07/01/2016 15:01
Cerca de R$ 56 bilhões foram pagos pelo Tesouro no fim do ano ao BNDES, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e FGTS. De acordo com o jornal Valor Econômico, as medidas ainda estão em estudo. Mas o principal alvo dessa estratégia deve ser o estímulo ao setor habitacional e a projetos de saneamento, especialmente por meio de créditos sustentados pelos R$ 22 bilhões pagos ao FGTS.
Essas áreas devem ser as escolhidas porque já existem linhas de crédito com as mesmas finalidades. Muitos recursos do FGTS já serão usados neste ano para custear operações do programa Minha Casa Minha Vida, por exemplo.
A intenção do governo é adotar medidas que não comprometam a meta de superávit primário deste ano, de 0,5% do PIB, informa o jornal. "O governo não pensa em inundar o mercado com crédito. Queremos dar um sinal aos agentes econômicos de que vamos trabalhar para voltar à estabilidade, à normalidade", disse uma autoridade governamental à Reuters
As medidas para estimular a economia foram um dos temas da conversa da presidenta Dilma Rousseff com o ex-presidente Lula. Na manhã desta quinta, a presidenta reafirmou que o compromisso do governo é buscar reequilíbrio fiscal para conter a inflação, buscando com “unhas e dentes” a retomada do desenvolvimento.