Defesa da democracia é agenda do movimento social para FSM temático

A Opinião é compartilhada pelo secretário nacional de movimentos sociais do PCdoB, André Tokarski, e pela secretária nacional da mulher, Liége Rocha, que também é integrante do COnselho Internacional do Fórum Social Mundial.

Em entrevista ao Portal Vermelho André afirmou que o recrudescimento da crise do capitalismo tem jogadoos prejuízos para os trabalhadores, principalmente dos países em desenvolvimento.

 

“O movimento social brasileiro deu uma grande demonstração de força e sintonia com os interesses do povo brasileiro ao construir uma agenda de combate ao retrocesso e pela defesa da democracia. É uma contribuição que vamos levar ao fórum”, avaliou André.

 

Na opinião dele, a ameaça golpista e de retirada de direitos ameaça a luta pela paz, justiça social e por um outro mundo possível, que é o tema do fórum.

 

“Durante essa década o Brasil liderou no mundo um processo de distribuição de renda com o apoio crítico do movimento social, que também tem exercido a cobrança necessária por uma nova política econômica que não puna o trabalhador”, completou o militante.

 

Ele ressaltou a importância do FSM como aglutinador das forças progressistas nas conquistas especialmente na América Latina. “Os governos populares da América Latina ofereceram uma resistência em um momento em que era ampla a hegemonia neoliberal. Foi uma grande vitória do fórum ao empreender em Porto Alegre a luta anti-neoliberal”.

 

Gênero

 

Para Liége o FSM foi um importante espaço de fortalecimento do movimento e da garantia dos direitos das mulheres. No último FSM, na Tunísia, ela destacou a assembleia de mulheres como um dos pontos altos daquele encontro.

 

“Principalmente o depoimento das mulheres do Saharaui, do Sahara ocidental, que comoveu o fórum e demonstrou a força de mobilização, organização e participação das entidades de mulheres em todo o mundo”, lembrou.

 

Ela citou a primavera das mulheres no Brasil em 2015, como ficaram conhecidas as manifestações de rua motivadas pela manutenção de direitos, como um dos aspectos da luta das mulheres brasileiras contra a violência.

 

Liége citou também a lei do Feminicídio, assinada neste ano pela presidenta Dilma Roussef, como avanços e experiências a serem trocadas no fórum de Porto Alegre.

 

“Em 2015 as mulheres se levantaram contra  o conservadorismo e a defesa da democracia demonstrando que o protagonismo das mulheres vem crescendo no movimento social e fortalecendo as ações de mobilização. Entre estes pontos é preciso enfrentar também a subrepresentatividade da mulher ”, avaliou.

Unidade

Neste processo de fortalecimento das entidades do movimento social estão previstas a realização da assembleia dos movimentos sociais, que acontecerá no dia do encerramento do FSM Temático, e também haverá a reunião do Conselho Internacional do FSM. Neste encontro serão avaliados os pedidos de ingresso no conselho de novos membros. A assembleia dos movimentos vai debater diretrizes de enfrentamento aos avanços imperialistas e o combate às ações que ameaçam as conquistas e lutas sociais no mundo.