Governo Macri persegue e prende parlamentar indígena Milagro Sala

A parlamentar indígena do Parlasul, Milagro Sala, reconhecida líder indígena da comunidade Tupac Amaru, sofreu uma emboscada no último sábado (16) quando cerca de 40 oficiais da polícia invadiam sua casa e a levaram presa. A bancada progressista do Parlasul emitiu uma nota de repúdio à repressão do governo do presidente Maurício Macri e do governador do departamento de Juyjuy, Gerardo Morales.

Por Mariana Serafini

Milagro Sala - Telesur

A detenção arbitrária de Milagro representa a perseguição e a opressão do governo Macri contra os povos indígenas e os movimentos sociais da Argentina e causou comoção em todo o país. Os membros da comunidade Tupac Amaru montaram um acampamento em frente ao palácio do governo de Juyjuy para pressionar o governador a libertar quem eles qualificam como um símbolo de “luta, solidariedade e defesa de direitos”.

Em nota, a bancada progressista do Parlasul afirma: “A parlamentar Milagro Sala foi eleita pelo povo argentino para integrar o Parlamento do Mercosul e é uma líder histórica do movimento popular Tupac Amaru. Sua detenção é o marco da repressão contra os movimentos sociais levada a cabo pelo governador Gerardo Morales”.

Diferente do Brasil, a Argentina e o Paraguai são os únicos dois países do Mercosul onde existe eleições diretas para o Parlasul. Ou seja, além de votar para eleger deputados e senadores para as Câmaras Altas nacionais, a população também tem o direito de escolher seus representantes para o organismo internacional.

Os advogados de defesa alegam que “está muito difícil” libertar Milagros e não querem “dar ilusões”, aos militantes do movimento social acampados em defesa da dirigente indígena.

Depois de uma audiência judicial realizada em praça pública, Milagros foi levada novamente à delegacia onde está detida sob gritos de apoio e incessantes aplausos dos militantes. “Cuidemos de ‘La Flaca’ [como é chamada], vamos nos mobilizar mais. Vamos fazer uma grande mobilização em todos os bairros”, anunciaram os manifestantes.

O presidente do Parlasul, Jorge Taiana, está empenhado em buscar informações a respeito da prisão arbitrária de Milagro a fim de libertá-la o mais rápido possível.