Globo fatura R$ 190 milhões com BBB
Considerado um "estimulante intelectual" pelo milionário apresentador Pedro Bial, o programa "Big Brother Brasil-16" estreou na noite desta terça-feira (19) com uma das piores audiências da sua longa história de futilidades e baixarias na TV Globo.
Por Altamiro Borges*, em seu blog
Publicado 21/01/2016 18:05
Segundo o Ibope, o primeiro dia registrou uma média de 24 pontos. O BBB-6, por exemplo, estreou com 44 pontos. A baixa audiência deste ano foi similar ao do reality show de 2015, que quase levou a famiglia Marinho a decretar a morte do programa. Mas pouco importa a qualidade dos programas de tevê – que, pela Constituição, deveriam ter finalidades culturais e educativas. O que vale é o lucro. E, mais uma vez, a TV Globo não tem do que se queixar.
Segundo Daniel Castro, do site especializado "Notícias da TV", a famiglia Marinho embolsou R$ 190 milhões antes mesmo da estreia do BBB-16. "Na semana passada, a emissora vendeu a sexta e última cota de patrocínio do programa. Cada cota foi negociada no mercado por R$ 31,9 milhões, o que resulta em uma receita bruta de R$ 191,4 milhões. Além das cotas de patrocínio, que dão direito a comerciais de 30 segundos nos intervalos e nas chamadas do programa, a Globo negocia ações de merchandising e comerciais avulsos. Calcula-se que, após três meses no ar, o reality show renda à Globo mais de R$ 300 milhões, o que equivale a quase um terço de toda a receita anual do SBT de São Paulo. Isso explica em parte a longevidade do programa, que está indo para sua 16ª edição".
Os patrocinadores do show de horrores deste ano são: Ambev (guaraná Antarctica), cerveja Itaipava, Crefisa, Unilever (Rexona), Walmart (que substitui o Carrefour) e Fiat. Um pacote de merchandising também já foi fechado: a sala de ginástica do reality show exibirá a marca de uma rede de academias, a Smart Fit. Os lucros da famiglia Marinho estão garantidos – o que os manterá na lista dos maiores bilionários do Brasil, segundo o ranking da revista Forbes. O alto cache de Pedro Bial também está assegurado. Já os telespectadores brasileiros terão que conviver com mais uma temporada deste "estimulante intelectual" – que já foi extinto em várias partes do mundo. Que tristeza!