CTB exige libertação de líder comunitária argentina Milagro Sala

No último sábado (16) a dirigente indígena da organização Tupac Amaru, Milagro Sala, foi presa em sua casa, na província de Jujuy, na Argentina. Ela é acusada de “bloquear vias” e “perturbar a ordem” devido às manifestações organizadas em frente ao palácio do governo para exigir uma audiência com o governador.

Milagro Sala - Reprodução

Desde então, Milagro está em greve de fome, para denunciar o que ela caracteriza ser uma “perseguição política”. Não demorou para a população se manifestar e já foram realizados vários atos em Buenos Aires exigindo a libertação da dirigente indígena.

No Brasil, a CTB emitiu uma nota de repúdio à detenção arbitrária de Milagro Sala, na qual pede a libertação dela que é considerada a primeira presa política do governo de Mauricio Macri.

Leia a nota da entidade na íntegra:

A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) vem a público manifestar seu repúdio à prisão da líder comunitária e deputada do Parlamento do Mercosul (Parlasul) Milagro Sala, detida desde o último sábado (16), após ser denunciada pelo governador da província argentina de Jujuy, Gerardo Morales, aliado de Mauricio Macri, por “incitar a violência”.

Milagro Sala liderava um protesto de cooperativistas que estavam acampados em frente à Prefeitura de Jujuy para defender seus postos de trabalho. Ao ser presa, a dirigente da organização Tupac Amaru entrou em greve de fome para denunciar a perseguição política sofrida.

O advogado da ativista, Luis Paz, tentou pedir a liberdade de Milagro ao alegar que “acampar não é um delito” e que “a ocupação do espaço público está tipificada como uma contravenção em Jujuy, o que se resolve pagando uma multa e não com uma detenção”, mas foi negado. Além disso a deputada será transferida para um presídio fora da cidade.

A CTB presta seu total apoio à dirigente social, seus familiares, amigos e exige sua imediata libertação. É inaceitável que o protesto social seja criminalizado e que a classe trabalhadora seja impedida de exercer seus direitos.

Denunciamos ainda as políticas neoliberais do governo de Mauricio Macri, que já provocou a demissão de milhares de trabalhadores, e prestamos nossa solidariedade ao povo argentino para continuar na luta por uma sociedade mais justa e igualitária.

São Paulo, 21 de janeiro de 2015

Adilson Araújo, presidente da CTB e Divanilton Pereira, secretário de Relações Internacionais