Andrey Lemos contra a bancada “do boi, da bala e da bíblia”

Presidente da União Nacional LGBT (UNALGBT), Andrey Lemos foi entrevistado pelo portal Sul21 durante a participação dele no Fórum Social Mundial Temático, que se encerrou neste sábado (23) em Porto Alegre. Andrey falou da onda conservadora que se instalou no Congresso Nacional e afirmou que os “problemas não são setorizados” e que” sem a emancipação da sociedade não teremos igualdade de direitos”. 

Andrey Lemos, entrevista ao Sul 21 - Lucia Caram

O suspensório tem as cores da bandeira LGTB, símbolo que o historiador Andrey Lemos carrega quando é convidado para falar sobre as políticas públicas que ajuda a construir.

Foi sobre o tema da diversidade que esse sergipano de alta estatura e de sorriso largo conversou, sentado à sombra de uma árvore em um banco do Parque da Redenção, em Porto Alegre, onde aconteceu até este sábado (23) o Fórum Social Mundial Temático.

Atualmente trabalhando na Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde, onde já atuava no comitê da sociedade civil, Andrey começou a vida de ativista pelo movimento estudantil, depois no movimento negro e desde outubro está como presidente da UNALGTB.

E é em todas essas frentes que ele briga para acabar com a criminalização da orientação sexual, o machismo, o racismo, a lgbtfobia. “Sem a emancipação da sociedade, não teremos igualdade de direitos”, pontua.

Convidado para participar de uma mesa de convergência do Fórum, onde estendeu a bandeira LGTB, Andrey falou da onda conservadora que se instalou no Congresso Nacional. “Temos que enfrentar a bancada do boi, da bala e da bíblia, que quer acabar com os direitos conquistados por nós”.

Andrey nasceu em bairro da periferia de Aracaju, onde viu de perto um quadro muito conhecido do País, os amigos de infância serem vítimas da violência urbana e da discriminação racial e se envolverem com drogas. Conseguiu escolher outro caminho e fez faculdade de História. “Estudei sempre em escola pública e, com dificuldade, consegui pagar a faculdade”, conta. Durante anos, foi professor de História nas redes pública e privada de ensino médio e fundamental da Capital.

No Ministério da Saúde, trabalha em defesa de causas como o ‘nome social’ e os processos ambulatórios e cirúrgicos do SUS para os transexuais, “para que a identidade de gênero seja reconhecida nas suas diferenças”.

Mas para ele o desafio é unificar as bandeiras de todos os movimentos sociais. “Para garantir a permanência da democracia temos que entrelaçar todas as conquistas e anseios da sociedade, só assim vamos destruir a opressão do colonialismo no Brasil e na América Latina, entendendo que os problemas não são setorizados”

Acompanhe a cobertura do Fórum Social Mundial Temático no Portal Vermelho