"A sociedade não é mercadoria", diz Correa na Celac

O presidente do Equador, Rafael Correa, abriu os trabalhos da 4ª Cúpula da Celac (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos), em Quito, nesta quarta-feira (27), ressaltando a importância do fortalecimento da integração para o desenvolvimento da região.

Cúpula da Celac - Presidência do Equador

Com este objetivo, criticou o domínio dos mercados financeiros sobre o bem-estar dos povos ao dizer que, com eles, “a sociedade se converte em uma mercadoria a mais” e, neste sentido, ressaltou que os “mercados devem ser governados em função dos objetivos sociais”.

“Nossa América vive não uma época de mudanças, mas uma verdadeira mudança de época, onde o poder das elites se debilita. Não esqueçamos que o desenvolvimento é essencialmente um problema político e depende de quem manda na sociedade”, acrescentou o líder equatoriano.

Correa, que é economista, também criticou o chamado “mercado trabalhista” e ressaltou que os governos da região devem governar contra isso porque, em sua visão, o trabalho não pode ser classificado em termos de mercado, já que “não é uma mercadoria, tem valor ético e não é um meio de produção e sim o fim mesmo da produção”. Assim, é dever dos países latino-americanos “reduzir o sacrifício dos trabalhadores no capitalismo, evitar a concorrência e fomentar a igualdade”.

Com relação aos caminhos da Celac, o mandatário equatoriano voltou a ressaltar que “a médio prazo, a Celac deve substituir a OEA (Organização dos Estados Americanos), que nunca funcionou adequadamente”. E acrescentou: “precisamos ser um organismo capaz de defender os interesses soberanos de seus membros”.

“Sempre será mais o que nos une do que o que nos separa”, concluiu o mandatário ao ressaltar a importância da integração regional. “Existe uma coincidência entre todos, a defesa do direito internacional, a democracia, os direitos humanos, etc”.