Brasil e Bolívia compartilham da busca de superar fome e desigualdade
A presidenta Dilma Rousseff recebeu, nesta terça-feira (2), o presidente da Bolívia, Evo Morales, para reforçar e dinamizar a relações política, econômica e comercial existentes entre os dois países. A presidenta Dilma Rousseff exaltou a capacidade da Bolívia de conciliar crescimento econômico com justiça social. “Seu objetivo de superar a fome, a pobreza e a desigualdade é plenamente compartilhado pelo Brasil”.
Publicado 02/02/2016 16:43
Além disso, a presidenta destacou o trabalho em curso nos planos bilateral e regional entre os dois países, que reforça a capacidade de enfrentamento de cenários externos adversos, como o da atual conjuntura econômica internacional.
“Nós pensamos nossa relação bilateral no marco mais amplo do processo de integração regional. Por isso, celebramos a assinatura, no ano passado, do Protocolo de Adesão da Bolívia ao Mercosul e valorizamos nossos esforços conjuntos para fortalecer a Unasul e a Celac”, disse.
Dilma destacou, em declaração à imprensa, a integração energética entre os dois países e aproveitou para dar apoio ao objetivo do presidente boliviano de transformar a Bolívia em um centro energético regional.
“Atualmente, a Bolívia contribui para a estabilidade energética do Brasil, cobrindo cerca de 30% da oferta de gás natural no mercado brasileiro. Mediante novos investimentos em hidroeletricidade e hidrocarbonetos, nosso vizinho ampliará seu potencial de produção e exportação de energia elétrica”.
Dilma citou ainda a criação, em 2015, do Comitê Técnico Binacional em energia, para trabalhar na identificação e desenvolvimento de novas oportunidades, como o aproveitamento hidrelétrico conjunto do Rio Madeira. Além da questão energética, a agenda bilateral vai tratar de temas como cooperação fronteiriça, infraestrutura, defesa, comércio e investimentos, combate aos ilícitos internacionais, cooperação técnica e gestão de recursos hídricos, e agricultura e segurança alimentar.
“Gostaria, nesse sentido, de reconhecer e ressaltar os grandes avanços sociais e econômicos pelos quais a Bolívia tem passado nos últimos anos. Saudamos os resultados positivos no combate à pobreza, o aumento da renda da população e o excelente desempenho da economia, os quais permitirão que o país desempenhe papel cada vez importante em nossa região”, disse a presidenta.
Balança Comercial
O Brasil é o primeiro destino das exportações bolivianas e o segundo maior fornecedor de produtos para o país. Em 2015, a balança comercial entre os dois foi de aproximadamente U$ 4 bilhões. Ainda assim, a presidenta tem o interesse em ampliar o comércio. “É necessário diversificar e aumentar nossas trocas, para voltar a superar o patamar dos US$ 5 bilhões de intercâmbio comercial”.
A Bolívia é o único país da América do Sul que apresenta desde 2003, de forma consistente, superávits comerciais com o Brasil, em função das volumosas exportações de gás (98% do total exportado). As exportações brasileiras para a Bolívia são compostas basicamente de manufaturados (96,4% em 2015), com destaque para barras de ferro, betume de petróleo, condutores para uso elétrico, tratores, locomotivas, móveis de madeira, arroz, calçados e fungicidas.
Zika Vírus
A presidenta Dilma enfatizou também a necessidade de ambos os governos combaterem o mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus zika, e outras doenças.
“Abordamos o desafio do vírus zika e a necessidade de trabalharmos juntos para combater o mosquito, evitando sua proliferação e desenvolvendo vacinas. É uma tarefa necessariamente coletiva”, disse.