Dilma pede engajamento de ministros no combate ao Aedes aegypti

A presidenta Dilma Rousseff convocou todos os ministros para uma reunião, na noite desta segunda-feira (1º/2), e pediu o engajamento permanente das pastas contra o mosquito transmissor do vírus zika, e outras doenças. “A reunião foi um toque de alerta para todos os ministros e presidentes [de estatais]. Estavam aí o presidente do Banco do Brasil, da Caixa Econômica, da Petrobras, dos Correios, da Eletrobras”, disse o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner.

Ministro espera “diálogo consistente” na reunião do Conselhão

Segundo Wagner, nesta terça-feira (2) já haverá outra reunião, desta vez com cinco indicados de cada ministério, para iniciar um processo de treinamento no combate ao Aedes. O ministro acrescentou que a reunião foi um chamamento interno para aumentar o contingente de pessoas na luta contra o mosquito já que, enquanto a vacina não chega, a única prevenção contra a doença é a eliminação de locais onde a água parada pode favorecer os criadouros do inseto. O vírus zika pode causar microcefalia em bebês.

“Então, na verdade, a única forma de lutar contra o mosquito é contaminar a consciência de todos de que essa é uma tarefa que não passa só pelo serviço público. É claro que estamos fazendo a nossa parte, distribuindo onde precisa, dando outras orientações. Mas o mosquito vive na rua, na esquina, na caixa d´água que tem uma fresta”, alertou.

Ele informou que o governo tem 120 mil homens do Correios trabalhando nessa mobilização – e até de distribuidoras de energia elétrica, mesmo que privadas, que têm contato com o governo federal. “Os Correios vão entrar porque têm a intimidade de quem distribui carta na casa das pessoas – mesmo que tenha diminuído o número de cartas. Isso acaba estabelecendo uma relação com o morador. Então, temos que usar, porque cada um no seu prédio, do trabalho ou na sua residência, tem que estar atento com essa questão”.

Wagner declarou ainda que a presidenta pretende fazer reuniões constantes para avaliar a mobilização, que está sendo acompanhada pela Casa Civil, Ministério da Saúde, Defesa e Planejamento.

Cooperação

O ministro-chefe da Casa Civil disse que a previsão para a produção de uma vacina é entre três e cinco anos, no mínimo. Nesse sentido, ele acrescentou que está sendo feita uma parceria entre o Brasil e os Estados Unidos para avançar nas pesquisas no setor.

“O Ministério da Saúde deve estar recebendo uma equipe dos EUA para, junto com nossa equipe, estabelecerem um processo de colaboração. Mas essa vacina estaria começando a ser desenvolvida agora. Então, o tempo estimado é de três anos”, explicou.

“A única vacina que nós temos [agora] é a consciência e a mobilização cidadã de todo mundo. Porque todos já sabem que o criador do mosquito tem em locais de água parada. Portanto, é uma vigilância que cada pessoa tem que fazer na sua casa, no seu prédio, no seu trabalho pelo menos uma vez por semana. Você pode limpar hoje e amanhã há um processo que junte água e ali de novo você tem uma possibilidade de um criadouro”.

Por fim, o ministro assegurou que o avanço do zika não afetará a realização dos Jogos Olímpicos de 2016 no Brasil. Ele explicou que a doença tem sintomas amenos, em relação aos causados pela dengue, que às vezes nem são notados. Os cuidados se resumem, exclusivamente, às grávidas, pela ameaça da microcefalia no bebê. “Eu entendo que as pessoas não terão nenhum temor de vir aqui, à exceção de alguém que esteja em processo de gravidez”, reiterou.

Também hoje, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou situação de emergência de saúde pública de interesse internacional, devido ao avanço da doença, já presente em 21 dos 55 países e territórios das Américas, segundo a organização.