New Hampshire reafirma indecisão no eleitorado republicano

A vitória de Donald Trump em New Hampshire, a queda de Ted Cruz e a ascensão de John Kasich evidenciam a indecisão que impera atualmente entre os republicanos para eleger seu candidato presidencial.

Republicanos aguardam início de assembleia em New Hampshire

Há pouco mais de uma semana o senador Cruz rompeu os prognósticos ao ganhar o Caucus (assembleias populares) de Iowa, à frente do favorito Trump, que se repôs em New Hampshire com ampla margem sobre o surpreendente Kasich.

O governador de Ohio escalou um inesperado segundo posto à frente de Cruz, Jeb Bush e Marco Rubio, os outros pretendentes à candidatura republicana para a presidência dos Estados Unidos.

Ainda permanece na equação o governador de New Jersey, Chris Christie, mas seu sexto lugar em New Hampshire põe suas aspirações em dúvida, e o próximo debate republicano poderia ser seu último nesta campanha.

Diferentemente do chamado "Grand Old Party" (GOP), que mistura múltiplas opções para sua candidatura, o dilema parece mais fácil entre seus rivais democratas, que se debatem fundamentalmente entre Bernie Sanders e Hillary Clinton.

De volta às fileiras vermelhas (como é conhecido o Partido Republicano), o deslize de Cruz poderia ser devido a acusações de "jogo sujo" formuladas depois de seu sucesso em Iowa, onde seus seguidores anunciaram o abandono de certos rivais para se apropriar de seus votos.

Ademais, Cruz ganhou em Iowa porque jogou com a carta da religiosidade, em um estado profundamente cristão, sorte que não esperava obter em New Hampshire, como de fato ocorreu.

Por sua vez, Trump subiu o tom de sua retórica anti-imigrantes, ao afirmar que ele poria freios à entrada nos Estados Unidos de refugiados de fé muçulmana, entre outras promessas populistas de um renascimento econômico e bonança.

Por outro lado, Kasich dilapidou parte de seus limitados recursos ao tentar convencer o eleitorado do Estado de Granito, com uma mensagem de conservadorismo compassivo e compromissos de melhorar a saúde pública e reduzir os índices de pobreza.

A diferença de Trump, que aposta fortemente pela intimidação e o medo, Kasich vende-se como um "príncipe de luz e esperança", ainda que possa vir a ser apagado em South Carolina, próxima parada destas primárias.

Em termos de redes sociais, Trump parece estar usando as etiquetas corretas em suas mensagens, a julgar por sondagens que revelam as sombrias inquietudes do eleitorado: economia, medo do terrorismo e insatisfação com o gerenciamento federal.

No entanto, quase a metade do eleitorado republicano sente-se traído por seus políticos tradicionais e preferem alguém fora desse círculo, um perfil que retrata perfeitamente o polêmico multimilionário.

Vários especialistas concordam que, no longo prazo, os republicanos votarão contra Trump para compensar sua atual carência de uma estrutura de poder.

Fonte: Prensa Latina