Falcão defende Lula e aponta risco de estado de exceção

O presidente do PT, Rui Falcão, disse nesta segunda (15) que o seu partido irá se manifestar contra o que chamou de "uma série de atentados ao estado democrático de direito" ocorridos no bojo da Operação Lava Jato. Falcão também saiu em defesa do presidente Luiz Inácio Lua da Silva, classificando como “ilações sem fundamento” as denúncias sobre os vínculos do correligionário com um sítio no interior paulista.

Rui Falcão

“São denúncias infundadas, haja vista que o sítio tem escritura e nome de proprietário. E o proprietário faculta a visita a esse sítio para quem ele quiser, principalmente para o presidente Lula, com quem um dos proprietários praticamente foi criado, desde a sua infância. Essa denúncia não faz nenhum sentido”, disse, após participar da reunião do conselho político do PT.

Além da conjuntura política e econômica do país, Falcão disse que o encontro do PT tratou de “violações ao Estado democrático de direito”. Segundo ele, não foi uma reunião de decisões, mas de análise de ideias e para recolher opiniões.

Como exemplos dessas violações, ele citou abusos que estariam sendo cometidos na Operação Lava Jato, pela Justiça, Polícia Federal e meios de comunicação. “Prisões preventivas sem necessidade, abolição do habeas corpus, inversão do princípio da presunção de inocência, delações forçadas, criminosos que depois de fazerem delações são transformados em heróis na mídia”, enumerou.

Segundo Falcão, o ex-presidente Lula também é uma das vítimas desses abusos. “Embora a escritura [do sítio] esteja registrada em cartório, em nome de outra pessoa, é o presidente Lula que tem que provar que o sítio não é dele. É uma inversão de valores, uma inversão dos fatos”, ressaltou.

"Há um risco efetivo de se gestar aqui um embrião do estado de exceção dentro do estado de direito", disse Falcão, de acordo com o G1, sobre os modos de investigação usados recentemente e criticados por advogados.