Abertura da avenida Paulista para pedestres é apoiada por 61%

Pesquisa do Datafolha revela que 61% dos moradores do entorno da avenida Paulista defendem a abertura da via aos domingos somente para o lazer dos pedestres. A medida é uma ação da gestão do prefeito Fernando Haddad (PT) – o percentual é maior que os 45% de aprovação entre a população paulistana, apurados em outubro; 35% são contra.

Paulista aberta

A abertura da avenida também conta com a adesão de quem vive no entorno: 75% dos moradores da região já foram à Paulista aos domingos pelo menos uma vez.

De zero a dez, a decisão de impedir a circulação de carros recebeu nota média 8,2 dos entrevistados, segundo os quais o lazer (52%) é a principal vantagem e o trânsito (38%) local, a maior desvantagem.

Uma curiosidade é que, entre os que já foram alguma vez à avenida aos domingos, 72% aprovam, apoio encabeçado pelos mais jovens (16 a 34 anos). Em oposição, 66% dos que rejeitam a abertura jamais estiveram ali para um passeio dominical.

O levantamento foi feito em 3 de fevereiro e entrevistou 421 moradores que vivem na Paulista e a três quadras da avenida, nos sentidos Jardins e centro. A margem de erro é de cinco pontos percentuais para cima ou para baixo.

Centros culturais e de serviços celebram um aumento expressivo de público, caso do Itaú Cultural e da Casa das Rosas.

O centro cultural Ruth Cardoso, no prédio da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), criou um projeto específico para esse dia da semana, o Domingo na Paulista, que inclui música e atrações culturais. Em duas edições, o projeto reuniu seis mil pessoas, de acordo com Paulo Skaf, presidente da Fiesp e do centro cultural. “Quando a cidade se abre ao cidadão, ele responde de forma positiva”, afirma Skaf.

Símbolo da Paulista, o Masp informou ter notado aumento de 21% aos domingos nos últimos três meses de 2015, em relação à média dos domingos do ano todo.

Entre os shoppings, o Top Center aponta elevação de 17% no público desde o fechamento da avenida.

Outro hit da avenida são as bicicletas. A Serttel, que administra o Bike Sampa, serviço de aluguel das bicicletas laranjas do Itaú, aponta crescimento de 59% nas viagens. Foram 46.140 entre agosto (quando a avenida começou a ser aberta de forma experimental) e 25 de janeiro deste ano, contra 28.952 em igual período de 2014/15. Os dados correspondem às 19 estações no entorno da Paulista. A procura fez a empresa manter equipes dedicadas especialmente à avenida aos domingos, para repor bicicletas nas estações rapidamente – usuários reclamam quando não acham bicicletas disponíveis.

Responsável pela operação da ciclofaixa de lazer, a Bradesco Seguros diz que o serviço SOS Bike, que dá auxílio a ciclistas, atendeu 33% mais gente. E que o empréstimo gratuito das bicicletas vermelhas, na esquina da Paulista com a rua da Consolação, subiu 97% em janeiro, na comparação com dezembro.