PSOE aceita proposta da direita espanhola para formar governo

O líder do Partido Socialista Operário Espanhol, Pedro Sánchez, aceitou nesta terça-feira (23) a proposta da organização de direita Ciudadanos (C's), que condicionou um eventual acordo de governo com o PSOE a uma reforma urgente da constituição, para efetuar mudanças mais estéticas que profundas.

Pedro Sánchez

"Se essa é a condição, nós dizemos sim", afirmou o secretário geral do PSOE em uma coletiva de imprensa no Congresso de Deputados.

Sánchez fez alusão à oferta lançada horas antes por seu homólogo da C's, Albert Rivera, de realizar uma modificação expressa da constituição nos três primeiros meses de legislatura para acabar, entre outros, com o surgimento de delitos de corrupção nos cargos públicos.

Limitar a oito anos o mandato do presidente do governo, despolitizar a Justiça, reduzir para 250 mil assinaturas as iniciativas populares e eliminar cargos nas províncias completam as exigências de Rivera para acertar um acordo.

A C's quer que essas mudanças na lei fundamental se realizem nos três primeiros meses de legislatura, mas para que isso aconteça seria necessária a participação do conservador Partido Popular (PP), do chefe do executivo em função no momento Mariano Rajoy.

É dessa forma que vem se trabalhando o dirigente do Ciudadanos, Rivera, mediando as disputas entre PP e PSOE, procurando a abstenção de pelo menos um dos dois para poder tornar viável um governo de grande coalizão, como pedem os setores econômicos, principalmente o financeiro.

Embora no Congresso não tenha sido obtida a hegemonia necessária para manter-se no poder, ao conseguir 123 vagas, longa das 176 que compõem a maioria absoluta, o PP conta com a maioria no Senado, o que faz com que tenha poder de bloquear qualquer iniciativa de reforma constitucional.

Sánchez prometeu que, se chegar a ocupar o palácio de La Moncloa, a sede executiva do governo, acolherá as propostas do C's.

Do Portal Vermelho, com informações do El Comunista