Estudantes denunciam: “Trocaram o nosso arroz e feijão por bolachas”

Os estudantes paulistas da rede estadual de ensino iniciaram o ano letivo de 2016 com graves problemas: turmas fechadas e falta de merenda, reflexo do compromisso do governo Alckmin com o desmonte da educação pública e em esquemas de corrupção, pois membros da alta cúpula tucana são investigados por envolvimento com o superfaturamento na compra da merenda escolar. O reflexo já é sentido nas escolas, que estão com as panelas vazias e com salas de aula superlotadas.

Estudantes denunciam: Trocaram nosso arroz e feijão por bolacha

Segundo o Sindicato dos Professores de São Paulo (Apeoesp), já são 1.363 salas de aula fechadas em 2016: na prática, o sindicato afirma que é o projeto de reorganização escolar – que tinha como meta fechar 93 escolas em todo o estado – sendo praticado às escuras.

Falta de merenda

Em Sorocaba (SP), o estudante Abimael Ribeiro, presidente da entidade secundarista da cidade (Uses), denuncia ao Portal Vermelho que antes os estudantes se alimentavam com arroz, feijão e carne, porém, desde o início do período letivo, só tem merenda seca: “Estão distribuindo bolacha água e sal e suco em vários colégios, meu primo Edinelson, estuda no período noturno no colégio Rosemary de Mello e reclama da falta de comida, inclusive pois não há tempo de passar em casa para jantar antes de ir ao colégio. Outros estudantes da escola Senador Vergueiro também reclamam do mesmo problema, além disso, alguns diretores estão disfarçando a falta de comida nas escolas, mas o fato é real”.

Vários colégios estão com cartazes afixados na porta, pedindo que os pais mandem lanches para seus filhos, pois não há merenda no local.

Infelizmente a falta de merenda em Sorocaba não é um exemplo isolado. Segundo informações da Operação Alba Branca, que investiga o esquema de superfaturamento e pagamento de propina na compra de merendas, estima-se que 152 escolas de 19 municípios em todo o estado podem ter sido afetadas com o processo fraudulento. Fernando Capez, presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), e o ex-chefe de gabinete da Casa Civil do governo Alckmin Luiz Roberto do Santos, também conhecido como “Moita”, ambos do PSDB, são investigados por delações com o envolvimento no esquema de corrupção.

Truculência da Alesp

Na manhã desta terça-feira (1º), estudantes foram barrados na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) por reivindicarem a abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Segundo informações do Jornalistas Livres, a Polícia Militar retirou de forma truculenta os estudantes do local e dois deles foram encaminhados ao 36º Distrito Policial. Um assessor da deputada estadual Leci Brandão (PCdoB-SP) acompanhou os manifestantes detidos para prestar apoio.

Confira o vídeo abaixo que mostra o momento que a polícia militar age com truculência

 

Estudantes são agredidos por ordem do Coronel Telhada na Alesp

Estudantes secundaristas que pediam a instalação de uma CPI da merenda na Assembleia Legislativa de São Paulo foram retirados das galerias de maneira truculenta pela Polícia Militar e conduzidos ao 36º Distrito Policial, acompanhados por um assessor da deputada Leci Brandão (PCdoB), que lhes prestou apoio. A intervenção violenta e antidemocrática da polícia militar, que atacou e prendeu Renata Letícia e Douglas, foi incitada desde a tribuna pelo deputado Coronel Telhada, do PSDB. Telhada é uma versão estadual da terra de Tucanistão do fascista federal que a gente atura no Congresso Nacional e é aliado do governador Geraldo Alckmin. Como fiel representante da bancada fascista da bala, ele defende que "bandido bom é bandido morto", mas é contra a instalação de uma CPI para apurar denúncias de desvio de verbas da merenda escolar da rede estadual de ensino. As denúncias de pagamento de propinas a gestores do governo paulista para fechamento de contratos com creches e escolas públicas de 19 cidades estão sendo investigadas pela Polícia Civil na Operação Alba Branca. O presidente da Assembleia Legislativa, Fernando Capez (PSDB), e o ex-chefe de gabinete da Casa Civil do governo estadual Luiz Roberto dos Santos, conhecido como Moita, estão entre os investigados pela Polícia Civil e pelo Ministério Público Estadual de São Paulo. Parece que para o deputado Telhada, que manda atacar e prender estudantes para defender os que roubam dinheiro da merenda, há duas classes de bandidos: uns merecem morrer e os outros são companheiros. Ou, dito de outra forma, bandido bom é bandido tucano!Texto: Jean WyllysVídeo: Rafael Ramos e Lucas MartinsEdição: Alice Vaz

Publicado por Jornalistas Livres em Terça, 1 de março de 2016