Dilma critica ação contra Lula e pede respeito da mídia

Durante evento de entrega das chaves da casa própria para 2.434 famílias do programa Minha Casa, Minha Vida, em Caxias do Sul (RS), nesta segunda-feira (7), a presidenta Dilma Rousseff afirmou que parte das dificuldades que o Brasil enfrenta no momento se deve à “sistemática crise política” provocada por aqueles que querem antecipar as eleições de 2018.

dilma em Caxias do Sul Minha Casa Minha Vida

Dilma voltou a criticar os abusos cometidos contra o ex-presidente Lula na ação da Operação Lava Jato que montou um espetáculo midiático para levar o ex-presidente a depor coercitivamente na última sexta (4).

“O presidente Lula, justiça seja feita, nunca se julgou melhor do que ninguém, sempre aceitou, convidado para prestar depoimento sempre foi. Então, não tem o menor sentido conduzi-lo sob vara para prestar depoimento se ele jamais se recusou a ir”, enfatizou Dilma sob aplausos dos populares que assistiam o evento montado ao lado dos condomínios do Minha Casa, Minha Vida e gritavam “Não vai ter golpe!” e “Dilma guerreira”.

Em seu discurso, Dilma também criticou o argumento apresentado pela força-tarefa de que a condução coercitiva de Lula foi uma maneira de evitar que, com depoimento marcado, houvesse confronto entre manifestantes favoráveis e contrários ao ex-presidente.

"Nem cabe alegar que estavam protegendo ele [Lula]. Como disse um juiz, era necessário saber se ele queria ser protegido, porque tem certo tipo de proteção que é muito estranha”, indagou a presidenta.

Dilma também repeliu o espetáculo midiático criado com os “vazamentos sistemáticos” de informações. “No Brasil, temos assistido a vazamentos sistemáticos e esses vazamentos provam, a partir de um determinado momento, que não são verdadeiros, mas o estrago de jogar lama nos outros já ocorreu”, enfatizou.

Ela afirmou que não se pode “demonizar pessoas, não pode demonizar órgãos de imprensa, nós não podemos demonizar opinião diferente da nossa. Agora, nós temos de exigir o respeito. Cada um de nós tem de exigir o respeito para si e dar o respeito aos outros”.

Sobre a economia, a presidente destacou que, "sem sombra de dúvida", o país enfrenta um momento de dificuldades na economia e que parte dessas dificuldades se deve àqueles que, “inconformados” com a derrota nas urnas, querem antecipar as eleições de 2018, provocando uma “sistemática crise política”.

“A oposição tem absoluto direito de divergir, mas não pode, sistematicamente, ficar dividindo o país. Não pode. Sabem por quê? Porque tem certo tipo de luta política que cria um problema sistemático não só para a política, mas também para a economia e afeta a criação de emprego, o crescimento das empresas e ninguém fica satisfeito quando começa aquela briga”, pontuou.