Lula desmonta com provas tese dos procuradores sobre palestras

Diferentemente dos procuradores da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por meio do Instituto Lula, divulgou nota na qual rebate as suspeitas lançadas sobre as palestras proferidas.

Lula e Michele no Chile em 2013

Sem apresentar provas, os procuradores afirmam que Lula seria o principal beneficiado do esquema porque 60% das empresas que contrataram suas palestras são investigadas na Lava Jato. O instituto afirma que as palestras foram realizadas, os valores, declarados, e os impostos, pagos.

Os procuradores apontam como “suspeita” – isso mesmo, suspeita e não prova – uma palestra em Santiago (Chile) marcada para 27 de novembro de 2013, que custou US$ 200 mil à OAS. A base da “suspeita” se dá pelo fato de que e-mails de executivos da empreiteira indicam que o arquivo do contrato foi criado depois do evento, em 7 de janeiro de 2014.

O Instituto Lula aponta um link de um site chileno que informa que, na semana de 27 de novembro de 2013, o petista reuniu-se com empresários locais para tratar do setor elétrico.

O Portal Vermelho fez uma simples pesquisa em um site de busca na internet também encontrou várias publicações sobre o assunto. A primeira que aparece é a do jornal El Pais, do Chile.

Outra publicação pode ser encontrada no site do próprio instituto sob o título: “Ex-presidente participa do seminário ‘Desenvolvimento e Integração da América Latina’, em Santiago do Chile”.

O Vermelho também publicou matéria sobre a viagem, citando encontro do ex-presidente com Michelle Bachelet, presidenta do Chile.

A nota também enfatiza que a LILS, empresa responsável pelas palestras, foi contratada por 40 empresas do Brasil e do exterior, e não apenas pelas investigadas na Operação Lava Jato.

Além disso, a nota informa ainda que as doações da empresa ao instituto foram para garantir a manutenção das atividades da própria entidade. “O instituto não transfere recursos ao ex-presidente”, enfatiza.

A nota também comentou as ilações de que a empreiteira OAS pagou, quando o ex-presidente deixou Brasília, R$ 1,3 milhão à empresa Granero para a “armazenagem de bens do ex-presidente”. O instituto informa que não se tratavam de “objetos pessoais”, mas do acervo presidencial que, por lei, deve ser cuidado por ele.

Segundo a nota, a mudança do Palácio do Alvorada, “como ocorre com todos os ex-presidentes, foi providenciada pela Presidência da República”, e não por empresa privada.

O Instituto Lula também rebate o factoide criado sobre o sítio em Atibaia e o apartamento no Guarujá. “É de pleno conhecimento, não só dos investigadores da Lava Jato, mas da imprensa e da sociedade, que nem o apartamento do Condomínio Solaris [em Guarujá] nem o Sítio Santa Bárbara, em Atibaia, pertencem ou pertenceram, direta ou veladamente, ao ex-presidente Lula. A persistência nessa tese, desmontada pelos documentos e pelos fatos, é um atestado da parcialidade que orienta a investigação.”