PT e PCdoB definem ações conjuntas em defesa de Lula e da democracia

Juventude, bancários, sindicalistas, professores, médicos, profissionais liberais, mulheres, parlamentares e dirigentes partidários foram unânimes: só com união e o povo nas ruas será possível barrar o golpe.

Em sua intervenção, o presidente estadual do PT-CE, Francisco De Assis Dinis, destacou o momento perigos pelo qual o país passa. Segundo o petista, “a elite não brinca. Sabe muito bem o que quer e como quer”. Sobre a condução coercitiva a que foi submetido o ex-presidente Lula na última sexta-feira (04), De Assis considera que eles menosprezaram o apoio popular à maior liderança política do país. “Eles não contavam com o sentimento de revolta, injustiça e solidariedade do povo brasileiro. Eles utilizam essa onda de ódio, rasgam a Constituição e o Código de Processo Penal”, critica.

Com a decisão arbitrária, que segundo o dirigente petista parece ser um teste para medir a reação popular e dos movimentos sociais, a direita se deparou com as manifestações espontâneas em defesa de Lula. “Vimos em todo o país uma reação sincera, que mobilizou e aglutinou. E é este sentimento que precisamos manter vivo para que consigamos, mais uma vez, garantir nossa vitória”, defende. Os meios para isso, De Assis reforça que deve ser de enfrentamento nas redes sociais e nas ruas. “Nossa bandeira deve ser unificada, de modo a construir a unidade popular e dar a nossa resposta aos que querem ameaçar as conquistas dos trabalhadores, do povo brasileiro, da Constituição e da Democracia”.

Luis Carlos Paes de Castro, presidente estadual do PCdoB-CE, ratifica que a plenária conjunta representa “um marco importante na luta em defesa do país”. “Daqui, daremos continuidade aos embates que deveremos enfrentar nos próximos dias”.

O comunista destacou que o desgaste imposto pela direita vem desde 2014, ainda nas eleições. “E este desgaste não é só com Dilma e Lula, mas com a esquerda de uma forma ampla, movimentos sociais e tudo o que cheira a avanço”, critica.

Em contrapartida, a esquerda tem demonstrado grande união em defesa de Lula, “a maior liderança do país”, e da Democracia. “Mas esta frente política deve ser ampliada. Devemos trazer ainda mais gente para o nosso lado, pessoas com representatividade, partidos políticos aliados, formadores de opinião, lideranças. Somente assim, teremos maior amplitude para barrar o golpe e enfrentar, nas ruas, os que insistem em menosprezar a força popular”, defende.

O presidente do PCdoB-CE relembra de um comentário de Lula em sua entrevista coletiva concedida após sua condução coercitiva. “Em seu brilhante discurso, ele disse que ia correr o Brasil para dialogar com o povo. Espero que esta caravana comece logo, aglutine outras lideranças políticas, percorra todas as capitais do país com expressivas mobilizações e encerre em Curitiba, cidade onde está centrada a Operação Lava Jato”, sugere.

Sindicalistas tiveram voz com Luciano Simplício, presidente estadual da CTB-CE. Ele se reportou em especial à geração que viveu transformações, que lutou durante a Ditadura e sentiu na pele os avanços dos governos de esquerda. “Nós ajudamos a construir a democracia deste país, mas não conseguimos ainda consolidá-la. Mais uma vez, assim como nos anos de chumbo, devemos estar unidos, juntos, para que esta nova geração continue se espelhando em nós. Estamos cada vez mais fortes para dizer: O Lula é meu amigo. Mexeu com ele, mexeu comigo!”.

E a nova geração, a dos estudantes, que nunca fugiu à luta, também participou da plenária unificada e ratificou sua posição. “O crime do Lula foi colocar o pobre dentro da Universidade e isso eles não vão admitir nunca. Mesmo diante de todo este circo midiático, reafirmaremos nossa convicção de defesa da Democracia e renovaremos, como sempre fizemos, nas ruas, a nossa esperança. Nós elegemos e reelegemos um nordestino metalúrgico presidente da república, elegemos e reelegemos uma mulher para ser a maior autoridade do país. Nós tornamos real a palavra Presidenta e estamos dispostos a seguir na luta. Os golpistas que se cuidem, porque as jararacas estão fervendo”, brinca Germana Amaral, presidente estadual da UNE.

Encaminhamentos

O primeiro ato conjunto será já nesta terça-feira (08/03), comemorado o Dia Internacional da Mulher. Além da pauta relativa às mulheres, o tema central será a defesa de Lula, Dilma, da Democracia e do Brasil. Em Fortaleza a manifestação será a partir das 14h, com concentração na Praça do Coração de Jesus, em frente à Avenida Duque de Caxias. De lá, os manifestantes seguirão em passeata pelas principais ruas do centro da Capital e o encerramento será na Praça da Justiça (conhecida como antiga Praça do BNB).

No dia 13 de março, uma carreata com concentração no Ginário da Parangaba, percrrerá as ruas de Fortaleza e tem encerramento previsto na Barra do Ceará. Na pauta da manifestação, a luta contra o impeachment, contra a perseguição a Lula e em defesa da democracia.

Outras atividades também já têm data confirmada: dia 18 de Março, Dia Nacional de Mobilização contra o Golpe e em defesa da Democracia e 31 de Março, ato nacional unificado, que deverá ter em Brasília e em todas as capitais.

Uma nova reunião da Frente Brasil Popular em Fortaleza já está confirmada: será na próxima quarta-feira (09/03), às 14h, na sede da CUT. Na pauta,  a organização das atividades.